
Vi pela televisão a cerimónia militar do 10 de Junho, em Santarém. Nenhuma novidade em relação aos anos anteriores. As mesmas caras de pau na tribuna, a mesma insistência em pôr as meninas de Odivelas a marchar (de quem será a brilhante ideia?), o mesmo ministro a querer mostrar serviço, os mesmos comentários pelos relações públicas dos ramos, que nos massacram sem descanso horas a fio. Repete-se o mesmo mote até à nausea, que é: somos muito modernos, fazemos muitas missões de interesse público, somos muito conjuntos, rentabilizamos ao máximo os meios. Ou seja, sempre que falam parece que é para justificar a existência das Forças Armadas, quase pedindo desculpa por existirem. Se o alvo da mensagem é o público em geral, este não percebe nem o conteúdo, nem a insistência; se o alvo é a Assembleia da República, não é aqui que se trata disso.