sábado, 10 de abril de 2021

O navio da Guarda


 Hoje, no Diário de Notícias, é publicado um artigo de opinião do OCeano JNFB. 

"Há poucos anos, sem ninguém esperar, foi promulgada uma nova lei orgânica da Guarda Nacional Republicana (GNR) em que era criada uma Unidade de Controlo Costeiro. Percebeu-se com estupefação, que essa unidade ia estender a ação fiscal da GNR ao mar. Como é que uma corporação de vocação territorial rural, com pessoal de infantaria e cavalaria ia agora para o mar e fazer o quê?"

Para saber o que o "pequeno navio" vai fazer e lerem o artigo na íntegra podem seguir esta ligação.


sexta-feira, 9 de abril de 2021

Reforma do comando superior das FFAA

Trabalho elaborado pelo GREI (Grupo de Reflexão Estratégica Independente), que vale a pena ler, sobre a intenção do Governo em reformar o comando superior das FFAA, "nas costas" das mesmas.

AQUI.

VASCO DA GAMA

 Parte para a Índia, a 9 de Abril de 1524, pele terceira vez (última) Vasco da Gama nomeado Vice-Rei da Índia.

ARÁBIA

A 9 de Abril de 1508 é nomeado Capitão-Mor da Arábia, Jorge de Aguiar.

Outros tempos em que Portugal era uma potência.

quarta-feira, 7 de abril de 2021

“Obviamente, vamos andar à porrada com eles!”

Estávamos já na fase final da nossa comissão na Guiné. O DFE 8 estava sedeado em Ganturé. A actividade do PAIGC vinha a crescer nos últimos tempos, manifestando-se pelo aumento do número de cambanças detectadas e interceptadas no rio Cacheu e também pelos vestígios da passagem de colunas logísticas e da presença de grupos armados no corredor do Sambuiá onde, embora não os encontrássemos muitas vezes pela frente nos nossos frequentes patrulhamentos e também eles não nos emboscassem, a nossa presença na área era sempre assinalada com tiros de aviso.

Um dia, a meio da manhã, sou chamado para ir com urgência falar com o Comandante do COP 3 no campo de aviação. Quando lá cheguei encontrei-o a conversar com um oficial da Força Aérea que aterrara pouco antes, depois de ter feito um reconhecimento aéreo na região do corredor do Sambuiá e Guidage. O que avistara, vestígios de muita movimentação de pessoal e material junto da fronteira, já dentro do território da Guiné, indicava estar a preparar-se uma próxima cambança para o interior do território e, por isso, resolvera dar conhecimento de viva-voz ao responsável do sector.

Depois de me terem assinalado na carta os locais onde se situavam os sinais das movimentações, o Comandante do COP deu-me instruções para o Destacamento fazer, nessa noite, uma operação com o objectivo de bater a zona e capturar o pessoal e material que estivessem a preparar para a cambança.

Regressado à base, começamos a planear a operação e achamos por bem reforçar o armamento do Destacamento com mais duas MG42 do que o habitual, mas não as tínhamos disponíveis na Base. Como nesse dia à tarde, vinha a Bigene o avião da Marinha trazer o correio, enviei para o Comando da Defesa Marítima uma mensagem de elevada precedência e em claro, solicitando o envio de duas MG42 nesse avião. E, realmente, apesar do pouco tempo que mediava entre o pedido e a saída do avião, o armamento chegou a Bigene nessa tarde.

Planeamos a saída do destacamento de forma a desembarcarmos antes da meia-noite para fazermos uma aproximação cautelosa e sem sermos detectados ao local onde se encontraria concentrado o pessoal e material do PAIGC. Como era hábito, o pessoal preparava-se nos seus abrigos e, um a um, iam chegando ao bar onde, conversando e bebendo uma cerveja, esperavam pela hora do briefing que fazia sempre, antes da partirmos para a ponte-cais onde embarcaríamos para a operação. Eu, costumava vestir-me e preparar-me com muito tempo de antecedência, ir até à messe tomar um café, beber um whisky e fumar uma cachimbada, enquanto ia olhando para a carta e tentando prever o que poderia acontecer. Quando tudo estava pronto, o Imediato vinha chamar-me e seguia com ele para o briefing.

Estava, então, nesse momento de reflexão e espera, quando o telegrafista me traz uma mensagem do CDMG. Nela, informa-se que o armamento pedido fora enviado no avião e solicita-se que justifique o pedido. Àquela hora da noite, prestes a sair para o mato, não me apetecia nada responder à mensagem e pensei em deixar isso para o dia seguinte depois de regressar da operação, tanto mais que a mensagem tinha a precedência mais baixa. Mas o telegrafista que devia ter tomado conhecimento do seu teor ao recebê-la, ficou parado à minha frente com o bloco de mensagens na mão, à espera de uma resposta.

O autor do pedido de justificação era, naturalmente, o Chefe do Estado-Maior do CDMG. O nosso curso, tinha-o conhecido bem como Comandante da Companhia de Alunos da Escola Naval. O Comandante Lencastre, desde que chegou à Guiné, já a comissão do Destacamento ia adiantada, foi um forte e permanente apoio com que os Fuzileiros sempre contaram. Preocupava-se com as nossas necessidades, informava-se das dificuldades que enfrentávamos no relacionamento com os Comandos Operacionais, tinha sempre em consideração as nossas dificuldades administrativas. Os relatórios das operações que enviávamos, para informação, ao CDMG e que, até aí, não tinham qualquer feedback, passaram a ser objecto de uma informação de retorno, muitas vezes crítica quanto à nossa actuação, mas que nos ajudava junto dos Comandos Operacionais a defendermos pontos de vista sobre a utilização dos fuzileiros que não eram em geral tidos em conta. Em resumo, a sua chegada à Guiné, significou, pelo menos para mim, o abrandamento do sentimento da que a Marinha se alheava dos Fuzileiros, fazendo-nos sentir um fardo que só criava dificuldades e perturbava o normal funcionamento dos serviços. No entanto, é preciso acrescentar que, compreendendo as nossas dificuldades, as nossas falhas e procurando satisfazer as nossas necessidades, o Comandante Lencastre era extremamente rigoroso e exigia sempre da nossa parte uma explicação cabal para as solicitações que fazíamos ou as falhas e erros que cometíamos. Por isso compreendi imediatamente que ao receber o pedido de mais armas, mesmo sabendo que o destacamento estava nessa ocasião com a sua dotação completa, não teve qualquer hesitação em accionar a pedido, mas, imediatamente, também exigiu uma justificação.

Depois de preencher o cabeçalho da mensagem, fiquei bloqueado na redacção do texto justificativo, não me vinha à cabeça uma resposta suficientemente curta e lógica para esclarecer a necessidade e justificar aquele pedido inopinado de mais armamento. Entretanto, entra na messe o Imediato que informa que o pessoal está pronto. Tinha de me despachar depressa e as palavras não me apareciam. Até que, num impulso acabei por escrever o texto da mensagem: "SEU … OBVIAMENTE VAMOS ANDAR A PORRADA COM ELES". Assinei, entreguei o bloco de mensagens ao telegrafista, peguei na G3 e fui para o bar fazer o briefing.

Contaram-me, uns dias depois, numa curta ida a Bissau, que o Comandante Lencastre recebeu bem-humorado a resposta e até andou a mostrá-la a alguns camaradas, observando que era o que podia acontecer quando se faziam perguntas deslocadas e fora de tempo (perguntas parvas, assim me relatou um camarada). Quando me fui apresentar, recebeu-me com um sorriso irónico e uma frase: “obviamente … as armas não servem para outra cousa!”.

Muitos anos depois, já almirante e reformado, quando vinha à Academia da Marinha, subia muitas vezes ao andar de cima e vinha até ao meu gabinete no CNED conversar, recordando algumas das situações vividas naquelas terras. Entre outras, gostava, especialmente, de recordar esta mensagem, o aparecimento e as aventuras do burro Comodoro e uma rocambolesca história que designava, ironicamente, como a revolução marxista da Ganturé, que espero contar um dia (se a tanto me ajudar o engenho e a arte).

OCEANOS


7 de Abril de 1945, mais um OCeano que veio ao mundo, desta vez o Bandeira Ennes. Cedo habituado à disciplina militar ingressa na E. Naval na classe de Marinha. Retirado das lides navais, também tem estado afastado das fainas gastronómicas dos OCeanos.

Que tenhas um dia muito feliz junto aos teus e que o possas repetir com saúde .

Um Abraço.

terça-feira, 6 de abril de 2021

JOGOS OLÍMPICOS

(Os 100 metros em 1896)

 A 6 de Abril de 1896 têem início os primeiros Jogos Olímpicos da era moderna. Uma criação do Barão Pierre de Coubertin.

segunda-feira, 5 de abril de 2021

SIMÕES LOPES

Finalmente tens descanso, hoje, como “historiador” oficial do Curso e arauto dos aniversários de cada OCeano . E bem o mereces. Hoje, mas só hoje, estás autorizado a refrear o teu reconhecido “speed” e a dar descanso à memória (vejo que te antecipaste por uns minutos, mas atendendo que isso é usual em ti, estás desculpado). Que por muitos anos não abdiques dessa tarefa, com a amiga e alegre camaradagem como o fazes, e que passes um bom dia com os (possíveis) teus, embora em reclusão domiciliária, são os meus votos, com um grande abraço amigo e “blogueiro”, que a ocasião mais não permite.

SUBMARINOS

 A 5 de Abril de 1940, a Direcção e a Esquadrilha de Submarinos são transferidas da Doca do Bom Sucesso para a nova Base Naval do Alfeite.