Em conversa com um amigo, há alguns dias, sobre os resultados do PISA, defendia que era normal, ao fim de alguns anos de experiência, haver uma melhoria dos alunos portugueses porque, conhecendo os professores as características dos itens e dos testes, promoveriam naturalmente o treino dos alunos na resposta a esse tipo de provas e sabe-se que o sucesso dos alunos depende também desse treino. Pessoalmente não vejo mal nenhum nisso, muito pelo contrário, até porque os bons professores tem a preocupação louvável de prepararem e treinarem os seus alunos para os testes que vão realizar.
Embora na altura tivesse considerado saloiice e falta de honestidade intelectual o embandeiramento em arco do "engenheiro" primeiro-ministro não me passou pela cabeça que a desonestidade tivesse chegado até à falsificação dos próprios resultados. Fiquei a saber hoje, através de um blogue e de alguns links que segui (
http://doportugalprofundo.blogspot.com/ ), que as coisas foram bastante mais longe do que seria normal. O ministério da Educação promoveu acções de formação de professores para os preparar para ensinarem especificamente os seus alunos a responderem ao PISA e, para além disso, teria desenvolvido acções no sentido de que a amostra, que deveria ser aleatória, fosse uma amostra enviesada em que os maus alunos fossem excluídos.