domingo, 20 de novembro de 2011

A CARGA DA CAVALARIA

Reproduzo, com a devida vénia, o magnífico desenho de António, publicado no semanário "Expresso" de ontem, com o título em epígrafe.
.
Não gostaria de ter vergonha de ser militar. Porque é que eles não se calam?
.
Jorge Beirão Reis escreve de acordo com a antiga ortografia.

5 comentários:

O Luís Silva Nunes disse...

Critique-se o que eles dizem mas defenda-se o direito de, por enquanto, ainda poderem falar ...

O Ramiro Soares Rodrigues disse...

Que eu saiba, estamos num estado de direito democrático, onde a liberdade de expressão ainda é um direito de todos os cidadãos. Pode-se concordar, ou não, com a opinião e as tomadas de posição públicas de cidadãos que abraçaram a carreira militar como profissão. Cada um é livre de fazer o juízo de valor que bem entender e sentir-se ou não envergonhado das opções profissionais que fez. Pela parte que me toca não tenho vergonha de ser militar, nem me sinto ferido pela opinião livremente expressa por quem quer que seja. Nem mesmo por aqueles que com alguma frequência expressam a sua nostalgia pelo regime deposto em 25 de Abril de 1974 e pela figura do seu mentor e responsável máximo ideológico, doutrinário e político. Longe vão os tempos em que os cidadãos caricaturados no "cartoon", em particular um deles, eram tão solicitados e acarinhados pelos muitos que agora os criticam e querem que se calem. A memória pública é curta e traiçoeira! Por mim, continuo a ser defensor do estado de direito democrático e, face à actual situação de crise de valores, social e económica, estou muito preocupado com os sinais de astenia da democracia, para mim evidentes, persistentes e profundos. O resultado das terapêuticas impostas como remédio único não augura nada de bom para a melhoria da doença, antes pelo contrário. Que eu saiba, "os mercados", em nome de cuja confiança tudo é decidido, fundamentado e imposto às pessoas, não estão, nem podem estar, acima dos direitos universais do HOMEM. A não ser que os ideais e valores da HUMANIDADE tenham mudado sem que eu lamentavelmente tivesse dado por isso. Se, assim for, só me resta apresentar as minhas desculpas pelo erro de percepção no devir das Sociedades e da HUMANIDADE.
Um abraço.

O Luís Silva Nunes disse...

Embora não conheça pessoalmente o Vasco Lourenço, recebi (no meu endereço de correio electrónico) o seguinte comentário:
"Caro Luis Silva Nunes
Tomei conhecimento do comentário que Jorge Beirão Reis fez, no blog “ Água aberta no oceano”, sobre um carton de António publicado no Expresso.
Sobre isso gostaria de fazer o seguinte comentário:
Não comento o facto de António confundir as minhas declarações com as do Otelo, nos meter no mesmo saco, originando que outros – ou desatentos, ou de má fé – as comentem em conjunto. Considero que nem o meu passado, nem o meu presente, que é claramente coerente com o mesmo, contribuam para envergonhar os militares. Pelo contrário, lembro que alguns dos que agora me criticam não hesitaram em se acobertar atrás de mim, quando isso lhes convinha. Por mim, garanto que não desistirei em continuar a defender os valores que me levaram ao 25 de Abril, onde se incluem o bom nome e o prestígio das Forças Armadas. Termino, parafraseando uma conceituada fadista, “ falarei até que a voz me doa” e o poeta Manuel Alegre, “ a mim, ninguém me cala! “.
Cordiais saudações e um abraço
Vasco Lourenço"

O J.N.Barbosa disse...

Meus amigos. Não me parece que o Beirão Reis se tenha manifestado contra a liberdade de expressão. O seu desabafo foi igual ao do rei de Espanha para o Hugo Chaves.

O Luís Silva Nunes disse...

O desabafo do rei não incluía "vergonhas", pois não?