sábado, 10 de outubro de 2009

Faróis




Um Oscar Anderson (1873-1953) com muitos reflexos, para ajudar à reflexão...

quinta-feira, 8 de outubro de 2009

Autárquicas

Com a devida vénia, transcrevo o escrito de Ricardo Araújo Pereira na sua coluna de opinião Boca do Inferno, na última edição da revista Visão:

"Câmara Municipal da Lâmpada Roxa

O fenómeno mais interessante da política local é a atracção que os arguidos têm pelas autarquias. As autarquias estão para os arguidos como aquelas lâmpadas roxas dos restaurantes estão para as moscas. Sem pretender ser ofensivo para as moscas, a verdade é que o mecanismo é extremamente parecido. Só não é igual porque, ao passo que as moscas falecem quando tocam na lâmpada, os arguidos ganham nova vida assim que entram na Câmara Municipal.

Não sei se o leitor tem conhecimento disto, mas o termo autarquia provém de duas palavras gregas que são muito difíceis de pronunciar. Este é um primeiro ponto curioso. O segundo ponto é que essas palavras significam "comando de si mesmo", ou "governo de si mesmo". Na origem, esse significado indica que uma autarquia é o governo que determinada localidade exerce sobre si mesma. No entanto, alguns autarcas fazem uma interpretação ligeiramente diferente, mas que não pode deixar de se aceitar: na expressão "governo de si mesmo", aquele "si mesmo" é o autarca. É ele que, no sábio jargão dos taxistas, se governa. E assim se regista um ponto de contacto entre a etimologia grega e os modernos motoristas de táxi, ligação que sempre suspeitei que existia.

A candidatura autárquica é o equivalente, nos jogos de vídeo, às vidas infinitas. Não há estrago da vida pessoal do candidato que não possa ser resolvido com uma candidatura autárquica. Penas de prisão, desemprego na família, despesas com obras: não há mal que uma candidatura autárquica não adie ou resolva. Sobretudo devido ao prurido democrático que a maior parte dos eleitores tem em votar num autarca que não seja arguido. Se vivesse em Portugal, Al Capone nunca teria sido preso. Em princípio, seria presidente de Câmara. Os cidadãos não hesitariam em votar num homem que, sendo famoso, tinha, além disso, demonstrado saber criar emprego em várias áreas de negócio, com especial destaque para as tão apreciadas pequenas e médias empresas. Desde as cimenteiras até às agências funerárias, quase não há indústria que não tenha beneficiado das actividades de Al Capone. Não duvido de que daria um excelente candidato autárquico em Portugal, numa primeira fase apoiado por um partido e, quando desse muito nas vistas, como independente. A única reserva que coloco ao sucesso de Al Capone na política autárquica portuguesa é a consciência do conhecido gangster americano. Poderia dar-se o caso de Capone ficar inibido com tanta vigarice e desejar voltar para Chicago."

Dá vontade de rir ou de chorar?

quarta-feira, 7 de outubro de 2009

"Paisanice" ou "Bandalheira "no Hospital de Marinha ?

Hoje tive que ir ao Hospital de Marinha, o que, infelizmente, acontece cada vez com maior frequência! Sucede que, à entrada (e muito bem) o guarda (ainda são militarizados estes funcionários?) pediu-me a identificação. Lá lha mostrei e o sujeito, sentado que estava assim ficou, indicando-me com um gesto de mão que podia entrar sem, sequer, esboçar qualquer cumprimento de reconhecimento da minha patente. Por que ia sofrer uma pequena intervenção cirúrgica não me quis irritar e entrei sem lhe dirigir qualquer observação. A propósito, quem faz a formação destes funcionários e quem os dirige? Ainda são oficiais de Marinha ou já são civis?
Depois, já na consulta de oftalmologia, sou chamado por um aluno-enfermeiro(?) vestido de bata e calçando sapatos de ténis, ostentando umas divisas que são as de cabo invertidas (estou desactualizado e já não sei que posto elas indicam!).
-"Jorge Gonçalves" - chamou ele assim mesmo, sem fazer preceder o nome, sequer, da palavra "senhor"! Indiquei-lhe que era eu mas que, sendo militar, tinha direito a ser chamado pelo nome antecedido da minha patente. Ficou um bocado atrapalhado (pelos vistos nunca ninguém lhe devia ter ensinado isto!) e chamou-me sr. capitão! Aqui é que perdi completamente as estribeiras e perguntei ao moço se sabia o que era um "capitão" na Marinha e se alguma vez tinha andado embarcado? Que não, negou ele com a cabeça e ficou totalmente confundido. Então fi-lo ler o que constava da capa da minhas ficha médica. Ele lá descobriu que estava lá escrito algo mais do que capitão... Mas, pasme-se, não sabia o tratamento a que tinham direito os oficiais desta patente!
Depois, já na consulta, as surpresas não tinham terminado... Então, não descobri a 1º tenente chefe do serviço, "mascarada" de médica com bata e galões nas passadeiras mas calçando umas inenarráveis, por muito coloridas, "romanas"? E admirava-me eu das juízas e procuradoras aparecerem nas audiências a mostrar as barrigas por cima das calças e debaixo da beca...
Tive conhecimento que mudou, ontem, o comando no Hospital de Marinha mas desconheço quem é o novo director. Fica aqui um apelo aos camaradas que conheçam o actual director para que lhe dêm conhecimento deste estado de coisas bem como, a todos, para que o divulguem junto dos camaradas do activo!
É que isto já ultrapassa a mera tendência para a "paisanice" dos médicos militares para descambar numa "bandalheira"!

terça-feira, 6 de outubro de 2009

Guarda vai a todas

No Diário de Notícias de 5 de Outubro foi publicada uma notícia sob o título "Guarda quer ir em missões externas", em que se diz que o general Carlos Henrique Chaves defende a presença da GNR na missões internacionais das FA. Responsável pela doutrina e formação, sustenta que "em operações exteriores, é aconselhável que as FA se façam acompanhar de subunidades da GNR, garantindo-lhes capacidade legal de investigar e de deter, no plano do direito internacional...", isto para evitar situações como a que teria acontecido com a Corte Real , que desarmou um grupo de piratas mas acabou por os pôr em liberdade por não ter competência para proceder a detenções. Como é sabido não aconteceu nada disto. A não detenção dos piratas tem simplesmente a ver com as normas de direito internacional e de direito interno em vigor. Não faria diferença nenhuma se houvesse um GNR a bordo. Não lhes bastará quererem uma marinha própria, querendo agora infiltrar-se na própria Marinha?
Que desassossego...

segunda-feira, 5 de outubro de 2009

Grace


Esta análise de superfície das 6 da manhã de hoje mostra um resto de tempestade tropical nas nossas paragens. Invulgar.

República

Foi há 99 anos.

domingo, 4 de outubro de 2009

Paula Rego

Para ampliar, "clicar" na imagem.

A Casa das Histórias de Paula Rego, com uma série de obras sempre difíceis e ambíguas, é em Cascais, junto ao Museu do Mar e perto da Cidadela. Vale bem uma visita (entrada gratuita) ... mesmo para aqueles que não são apreciadores.

sexta-feira, 2 de outubro de 2009

Jogos Olímpicos de 2016

... e a cidade vencedora é o Rio de Janeiro. Parabéns ao Brasil e aos brasileiros ... pela primeira vez na História os Jogos serão na América do Sul e falarão português!!!

Exposição

... a não perder (o "403 d'62" que o diga!!!)


Nota: Para ampliar, "clicar" na imagem.

quinta-feira, 1 de outubro de 2009

Conversas Informais no Museu da Marinha



Por iniciativa do Grupo de Amigos do Museu da Marinha, vai realizar-se no sábado 101100OUT, no MM, a palestra acima publicitada.
Acresce, para nós, ao aliciante do tema e à categoria dos palestrantes, o facto de dois deles serem OCeanos.
Apareçam, se puderem.

China. 60 anos.


A festa.

terça-feira, 29 de setembro de 2009

Parvoice jornalística

Saiu ontem no Diário da República o decreto-lei que define os quantiativos dos quadros permanentes das F.A., onde se verifica a já falada redução de 1300 efectivos. Pois houve logo jornalista que fez o título Número de oficiais supera soldados! Marinha vence Exército em número de recursos humanos. Nem mais. O pobre escriba tresleu o decreto-lei, que trata só de quadros permanentes. Se tivesse tido o cuidado de ler bem, veria que o Exército tem zero soldados; mas não viu e preferiu fazer um título bombástico. Se o Júdice e o Saldanha Sanches pegarem nisto não se admirem...

domingo, 27 de setembro de 2009

LDP 208

Recebido em 25SET09 de J Maia-Teixeira:

"Para o caso de interessar... ao Manel.
As fotos são da LDP 208 no Zambeze, em 1970/71. Na primeira, salvo o marinheiro, estão camaradas meus da C.Caç.2788 (açorianos) em Lumbala Velha. Quando os fusos por lá passavam era obrigatório abrir a cantina, porque eles recusavam-se a beber água do Zambeze...
A segunda foto penso ter sido tirada ou no Chilombo ou na zona do Cazombo.
Cumprimentos"

"Armados em Fuzos"

"LDP 208"

Iate Aleksandra

Recebido em 25SET09, como comentário à "onda" de 23SET09 ("A" de Aleksandra)
"Bom dia,
Tambem tive a oportunidade de estar perto deste fabuloso iate e como estive a poucos metros de distância obtive umas fotos que pretendo partilhar com o autor do post para que as utilize como entender se assim o desejar.
Continuem com o vosso bom trabalho.
Cumprimentos,
Fernando Boaventura
Militar da Armada na Reserva"








A Patria e os Militares

Hoje, dia de eleições para a Assembleia da República, ocorreu-me discutir um tema que reputo de alguma maior importância para a Pátria (Nação, Estado, República, Monarquia, ou que quer que seja):
Reporto-me a um artigo, publicado no Expresso Economia, de 19 de Setembro passado, da autoria de J. L. Saldanha Sanches (autor de quem sempre aprecio os artigos), subordinado ao título “O (mau) capitalismo
Recomendo a sua leitura e não resisto a, com a devida vénia e arriscando-me a citar fora do contexto, a reproduzir o seu 7º parágrafo:
“O Bloco não é Chaves, felizmente, e há décadas que em Portugal ninguém acredita que os militares possam salvar a pátria ou servir para qualquer coisa”. Fim de citação.
É obvio que este “ninguém” está mais (suponho que nunca foi feita uma consulta à Pátria, que permita tal afirmação) devendo ser substituída pela palavra “eu” (ele).
No entanto, considero que o tema é de extrema importância, não para nós militares, mas para a Pátria e deveríamos (nós, os Portugueses e não nós, os militares) determo-nos a discuti-lo, por exemplo aproveitando o período eleitoral que hoje termina para ficarmos um pouco mais esclarecidos.
Como tal não foi, infelizmente, possível sugiro que o nós os militares passemos a dedicar mais tempo a discutir o tema com as nossas relações (e os nossos blogues constituem um espaço privilegiado para o fazer), e a tentarmos esclarecermo-nos e esclarecermos os que nos rodeiam.
Tenham uma boa semana de trabalho.
Um grande abraço