sábado, 8 de novembro de 2008

COISAS MÁS




Não gosto nada do Governo , como tenho aqui provado.
Mas este cavalheiro (será?) comparado com a Ministra é um zero à esquerda.
Já agora pergunto-lhe:
Se eram 100000 professores na manif , acrescentando as famílias , os militantes do PCP , Verdes (devem ser poucos , mas enfim) , Bloco de Esquerda, pessoal dos sindicatos , jornalistas e policias à paisana ... diga-me lá quanta gente estava ao todo?

SÓ uma pequena pausa




Hoje vi , perdão ouvi, Carlos Paião ser assassinado.
Na telefonia reproduziram a sua "Pó de arroz" cantada por um tal de Tiago Bettencourt(será assim???).
Não devia ser permitido!!!!!!!!!!!
Espero é que ninguém compre tal "coisa"

O QUE DISSE MONJARDINO

José Miguel Júdice (JMJ) não tem razão. Faz todo o sentido o que se gasta com as Forças Armadas em Portugal. E faz também todo o sentido dizer muito claramente que o que se gasta actualmente não é suficiente para que os militares cumpram todas as missões que lhes têm sido confiadas pelos decisores políticos nacionais nos últimos anos. Esta situação é muito preocupante. No campo da Defesa, o fosso entre os fins políticos e os meios militares tende a ter um preço extremamente elevado.
No artigo A libertação da sociedade militar (Público, 24 de Novembro de 2006 pág. 6), JMJ acusa as Forças Armadas de desperdiçarem o dinheiro dos contribuintes e de asfixiarem a sociedade civil, defende a venda de quartéis e a redução dos investimentos militares em curso e propõe a reforma ou a negociação da saída de um número substancial de militares da função pública. Para JMJ, Portugal deve imitar a Irlanda, um país neutral, e reduzir muito rapidamente o seu orçamento da Defesa dos actuais 2,3% para 0,7% do Produto Interno Bruto (PIB).
Esta proposta é um desastre para Portugal. Um desastre porque afectaria profundamente a segurança e a defesa do vasto espaço geográfico nacional (em Lisboa há muita gente que se esquece de que os Açores, a Madeira e uma vastíssima área atlântica continuam a ser território nacional). Um desastre porque afectaria profundamente as nossas relações com a NATO e a União Europeia, as duas mais importantes alianças nacionais. Um desastre, finalmente, porque transformaria rapidamente Portugal num novo Condado Portucalense isolacionista. Regressar ao século XII é uma solução barata, mas não é de certeza uma boa opção estratégica nacional nos tempos que correm.
O que parece motivar JMJ não são argumentos estratégicos, mas sim questões essencialmente políticas. JMJ teme que a recente manifestação militar disfarçada de passeio na via pública nos leve de volta aos tempos loucos do Verão Quente de 1975 e à supremacia dos militares sobre os líderes políticos eleitos. Teme também que a pressão dos militares nas ruas leve o Governo a ceder e a perder o seu ímpeto reformista. JMJ tem razão quando se preocupa com as consequências políticas dos passeios na via pública dos militares. Todavia, a solução que propõe sofre de dois grandes problemas.
O primeiro tem a ver com a dimensão do orçamento da Defesa. Em vez dos mencionados 2,3%, o orçamento para 2007 aponta para um gasto na casa dos 1,3% do PIB. Se tivermos em conta a nossa geografia, os objectivos da política externa nacional e as agendas da NATO e da União Europeia, este valor é extremamente baixo. Ao contrário do que JMJ escreve, Portugal não precisa de se libertar de uma sociedade militar que supostamente asfixia o resto do país civil. Não são as Forças Armadas que asfixiam a sociedade portuguesa, mas sim o peso e o funcionamento de toda a máquina burocrática do Estado. Se esta máquina civil tivesse feito a cura de emagrecimento que as Forças Armadas já fizeram e continuam a fazer, estaríamos todos muito melhor.
O segundo problema tem a ver com a noção de fronteira. JMJ tem uma noção de fronteira territorial. Como a Espanha não vai invadir militarmente Portugal, JMJ argumenta que Portugal pode e deve gastar muito menos com as Forças Armadas. Esta noção de fronteira está obsoleta há muitos anos. Na União Europeia e na NATO, os aliados credíveis não têm fronteiras territoriais. Têm fronteiras de segurança e defesa, uma coisa muito mais vasta e exigente do ponto de vista geográfico, orçamental e militar.
Portugal precisa de ter umas Forças Armadas credíveis para defender os seus interesses nacionais e para contribuir para a segurança e defesa da área euro- ‑atlântica, a zona mais rica e integrada do mundo em termos políticos, económicos e militares. E, para isso, a sociedade militar continua a ser indispensável para o presente e futuro nacional. A sociedade militar é e deve continuar a ser o escudo de Portugal.

onda do Jota em 29-11-2006

Como veem o Homem insiste


sexta-feira, 7 de novembro de 2008

PARABENS

Parecia impossível , não era?
Pois , mas não foi.

Espanha presente na Cimeira do G-20 O primeiro-ministro espanhol, José Luis Rodríguez Zapatero, estará presente na Cimeira do G-20 que se realiza no próximo dia 15 em Washington, anunciou a presidência francesa da União Europeia.
Apesar de ser a oitava economia do mundo, a Espanha tinha sido deixada de fora da lista dos convidados dos EUA. O executivo de Zapatero empreendeu uma intensa campanha diplomática para colher apoios no sentido de a Espanha ser incluída na lista. Conseguiu.

Jardim dixit

"A classe política portuguesa e a formação da opinião pública em Portugal tem qualquer coisa de rafeiro, de falta de berço, de falta de qualidade, de falta de grandeza, tudo é muito medíocre, tudo é pé de chinelo em Portugal, é uma república que cada vez nos afastamos mais dela ..."

Às vezes consegue dizer que o rei vai nu!

PORQUE NO TE ....

Mas eu tenho de me calar perante tanta eloquencia e perante uma personalidade que tanto fez e tem feito, altruísticamente, pela Pátria.....



Público, sexta-feira, 7 de Novembro de 2008
Um golpe de Estado dos pequenitos
Parte relevante das Forças Armadas deseja transformar Portugal de modo acelerado num país do Terceiro Mundo
A vitória de Obama e o desejo de (Onde está o Wally?) encontrar nos países europeus alguém com o seu carisma e capacidade empática; a fraqueza legal do diploma que determinou a nacionalização do BPN (e a memória das nacionalizações de há 30 e tal anos). Aí estavam dois temas que me apeteceria abordar. E que, pela sua intensidade, fizeram desaparecer do mapa dos media o assunto a que decidi dedicar desta vez a minha atenção. Para que não fique esquecido.
O caso é verdadeiramente importante e num país normal não desapareceria da circulação com esta rapidez. Estou a falar de declarações do general Loureiro dos Santos e do coronel Vasco Lourenço sobre os riscos que corre a democracia devido ao mal-estar que grassa em cidadãos que, em relação aos outros, têm a particularidade de estar legalmente autorizados a usar armas de fogo.
Estas declarações deixaram-me estupefacto. Cheguei mesmo a pedir que adiassem o golpe de Estado para depois da minha morte. Não me apetecia voltar a ser detido e não tenho dúvidas que - gostando eu de dizer o que penso - seria por certo dos primeiros a malhar com os ossos na cadeia.
Mas ainda fiquei mais estupefacto quando li alguma imprensa a dizer que o general Loureiro dos Santos tinha moderado o seu discurso, pois afirmara que o Governo já estava sensibilizado e seguramente que iria concretizar as soluções possíveis. Isto é, moderar o discurso é neste caso afirmar que a ameaça tinha surtido efeito. O que deve ser lido como uma nova ameaça: se o Governo não concretizar a solução, a tropa virá para a rua e - como nos Tambores de Bronze, de Jean Larteguy - alguns mais exaltados (no romance estavam bêbedos, o que por vezes coincide...) podem fazer disparates.
Vamos a ver se nos entendemos. Admiro o que as Forças Armadas fizeram em vários momentos da nossa História. Saúdo os que em África lutaram dando tempo para que o Poder Político encontrasse uma solução. Admito que estejam a ser vítimas de injustiça. Até percebo que lhes faça pena que um hospital deixe de ser a maior unidade das Forças Armadas e que tenham saudades do tempo em que havia hospitais supostamente especializados para cada ramo das Forças Armadas. Não quero discutir aqui e agora a minha tese de que o Exército e a Força Aérea seriam dispensáveis, mantendo-se apenas uma guarda costeira, uma força de intervenção rápida, forças militarizadas e de segurança e meia dúzia de oficiais generais.
Do que se trata é de outra coisa. Em pleno século XXI, na Europa, pessoas que se presumem estar no exercício normal das suas faculdades mentais fazem-se porta-vozes do mais arcaico procedimento dos militares, o de ameaçar usar as armas em proveito próprio. Devemos, pois, assumir que estão a querer avisar-nos, a nós, civis, de que o risco existe e é real.
Tratar este tipo de declarações como afirmações ridículas de generais saídos de álbuns do Tintim é faltar ao respeito a dois militares que podem ter muitos defeitos, mas que foram dos primeiros a perceber que a tropa que se apossou do poder estava a dar cabo de Portugal e tiveram a coragem - que faltou a muitos outros - de lutar para alterar esse estado de coisas. Pelo meu lado, levo a sério o aviso.
O que significa o óbvio. Parte relevante das nossas Forças Armadas deseja transformar Portugal de modo acelerado num país do Terceiro Mundo, quando no Terceiro Mundo se fazem esforços para acabar com as quarteladas como forma de fazer política. E esta realidade deve ter consequências. Eis algumas delas:
1. O Governo não pode, evidentemente, ceder às exigências dos militares, a partir do momento em que Loureiro dos Santos e Vasco Lourenço verbalizam o risco de golpes de Estado, tiroteio para o ar, pronunciamentos e outros disparates, palavra esta que uso retirando-a da boca do general Loureiro dos Santos para que se não engasgue. Mostra a sabedoria das nações que quando se começa a ceder às ameaças da tropa é cada vez mais difícil parar.
2. O Governo deve saber ler os sinais dos tempos. Tropas ociosas são em regra mais propícias a disparates do que tropas ocupadas. Também isto nos revela a sabedoria das nações. Admito a minha ignorância, mas não consigo vislumbrar muitos motivos de actividade para tanta tropa em Portugal. Mas, seja como for, talvez não fosse disparate que o Governo encontrasse algumas ocupações, entre as quais não me parece que fosse uma desonra mobilizá-los para assegurar a ordem pública em bairros problemáticos.
3. Tropa ociosa e em excesso é sempre um risco e um custo para o erário público. Não percebo a razão de tanto quartel, tanto carro de funções, tanta burocracia armada. Acho que o Governo deveria fazer aplicar com rapidez um programa em que seja fechada a generalidade dos quartéis, e se mandem para casa, com ordenado garantido, parte significativa dos militares, permitindo-lhes que possam aplicar as suas qualidades na vida civil e com isso contribuindo para aumentar a riqueza nacional.
4. O Governo e a Assembleia da República devem, além disso e com prazo certo, concretizar uma reforma profunda da instituição militar. Admito que não cheguem até onde eu sugiro, mas sem dúvida que se pode reduzir drasticamente os quadros do Exército e da Força Aérea, fechar hospitais militares (ou integrá-los no sistema nacional de saúde), acabar com os estados-maiores das armas, diminuindo assim os custos do sistema.
Se calhar nem assim conseguiremos evitar leviandades de militares aborrecidos, injustiçados e armados. Mas talvez, sendo menos, possam fazer apenas golpes de Estado muito pequeninos. Ao estilo do famoso Portugal dos Pequenitos.
José Miguel Júdice
Advogado

Vote Here After Some Campaigning

Vote Here After Some Campaigning

quinta-feira, 6 de novembro de 2008

AA-AVANTE

Defender o Arsenal do Alfeite!
A iniciativa promovida pela célula do PCP em Outubro deste ano, «Em defesa do Arsenal do Alfeite público, ao serviço da Marinha e do País», teve uma larga participação de trabalhadores do Arsenal, destacando-se entre os convidados organizações representativas dos militares, o Almirante Martins Guerreiro e o Capitão de Mar e Guerra Falcão de Campos.Esta iniciativa, relevando preocupações na defesa do aparelho produtivo nacional enquanto elemento estruturante do desenvolvimento económico, a defesa da soberania e independência nacionais, foi de uma grande oportunidade porquanto se realizou no quadro do estalar da mais profunda crise do sistema capitalista desde 1929. Uma crise que abala o mundo, revelando por um lado o carácter predador e desumano intrínseco à natureza do sistema e por outro a impossibilidade, pela sua essência, de resolver os problemas da humanidade.Ao contrário do que nos querem fazer crer, é o sistema capitalista que está em causa e não qualquer acto de ganância desmesurada: é assim nos EUA, no Japão ou na UE, é assim em Portugal, onde progressivamente se foi abandonando o sector produtivo e se foi transferindo uma enorme massa de capital produtivo para a esfera especulativa ou áreas de obtenção de lucro fácil e rápido.Por isso, não vale a pena Sócrates vir chorar lágrimas de crocodilo, fingir que nada tem a ver com o assunto, criticar o exagero, exigir regulação do mercado e encrespar-se contra o neoliberalismo que ele tanto exaltou.É preciso lembrar que foi o desenvolvimento deliberado de políticas que facilitaram o caminho da especulação, o desaproveitamento da capacidade produtiva instalada e a não dinamização do aparelho produtivo do País, por parte de sucessivos governos, que conduziu Portugal ao agravamento do défice alimentar, industrial, energético e tecnológico e a uma cada vez maior dependência do estrangeiro.O ataque que desde há muito tem vindo a ser realizado pelos sucessivos governos contra o Arsenal do Alfeite não é separável da divisão internacional do trabalho capitalista, na qual se integra a ofensiva que tem vindo a ser feita contra a indústria de reparação e construção naval, com a entrega ao grande capital de empresas nacionalizadas de prestígio internacional, produzindo a destruição de milhares de postos de trabalho, precarizando outros tantos, destruindo uma potencialidade nacional.Este ataque conduziu, particularmente desde a década de 90, ao desaproveitamento e não modernização dos meios tecnológicos e humanos, à sua não adaptação às exigências que se colocam ao exercício da actividade de sempre do Arsenal desde o século XIV e enquadra-se no objectivo de privatizar tudo aquilo que, segundo a sua concepção e opção, o Estado não esteja vocacionado para fazer.O Governo do PS, agindo em conformidade com a essa concepção, pretende, sob o argumento do desajustamento estrutural do Arsenal, da necessidade de modernização e requalificação, entregar ao sector privado um estabelecimento industrial público com enormes potencialidades técnicas e humanas, cuja credenciação e qualidade dos trabalhos executados é reconhecida internacionalmente, e que desde sempre esteve e está vocacionado para servir a Marinha Portuguesa e Portugal e contribuir para a defesa da soberania do País.Uns produzem, outros colhemQuando tanto se clamou contra as nacionalizações; quando tanto se exige que o Estado deixe de ter intervenção e um papel importante na estrutura produtiva e financeira do País, com a detenção da totalidade ou de uma parte importante do seu capital; quando tanto se bramiu com a necessidade de deixar funcionar o mercado, verificamos que afinal quando o mercado deixa de funcionar para beneficiar o grande capital, quando estão em causa os interesses dos capitalistas, o Estado aí está a intervir, como em Portugal, servindo inteiramente os interesses do capital.Aquilo a que assiste desde há muito por parte do Estado – de classe e ao serviço dos grandes interesses económicos e financeiros – é a uma deliberada política de desinvestimento na área produtiva como acontece com o Arsenal, preparando o terreno para justificar medidas conducentes à sua entrega ao capital nacional e estrangeiro que domina os estaleiros navais a nível nacional e mundial.Os argumentos da flexibilidade da estrutura produtiva e das formas de gestão, do aumento da competitividade, da dotação de maior capacidade para intervir no mercado e do redimensionamento dos recursos humanos, que os «técnicos» ao serviço da política de direita hoje sustentam, mais não visam que privatizar e despedir.Na verdade, o interesse privado aguça vários apetites relativamente ao Arsenal, desde logo a sua localização territorial, mas também o facto de, à partida, estar assegurada a viabilidade económica daquilo que resultaria do processo de privatização, através de contratos com a Marinha Portuguesa.Ou seja, o Estado dá a terra e as sementes e o capital privado colhe a «produção» ou, melhor dizendo, os lucros. A actual tentativa de privatização do Arsenal não é separável do contexto de integração capitalista, nem do profundo ataque que o Governo PS está a desferir contra a administração pública e os seus trabalhadores.É assim que o actual quadro legislativo, decorrente da ofensiva contra a administração pública e os seus trabalhadores, a aplicar a partir de Janeiro de 2009, introduz desde já elementos que procuram reconfigurar as relações laborais a uma perspectiva de Estado e de exercício das suas funções que entra em conflito com a Constituição da República Portuguesa.Esta ofensiva contra o Arsenal é sucedânea de outras oriundas dos partidos da política de direita, PS, PSD e CDS-PP, até aqui derrotadas pela unidade e a luta dos trabalhadores.Também esta será derrotada.É preciso afirmar que há outro caminho capaz de garantir o futuro do Arsenal e dos seus trabalhadores e contribuir para o desenvolvimento industrial do País. Esse caminho foi apontado pelo PCP e pelos trabalhadores.
In. "Avante"

Temos Presidente

Apricei como o tema eleições americanas despertou o interesse dos portugueses, nomeadamnete da comunicção social. Julgo que mesmo que haverá poucos portugueses que não manifestassem a sua preferência entre os candidatos. Confesso que eu não consegui certamente por dificuldade de leitura ou por impreparação política.
Por isso hoje peço a vossa ajuda. Gostava que me indicassem, basta 3 pontos (pex a Base da lages), que diferenciem a nova gestão Obama daquela que seria a gestão McCain e que possam ter consequências em Portugal e para os interesses portugueses.
Obrigado e bem hajam pela eventual ajuda

Colete de forças


Chefes militares metidos num colete de forças

Defesa. Polémica entrevista de Loureiro dos Santos à TSF foi há uma semana.
A polémica criada há uma semana pelas declarações do general Loureiro dos Santos, alertando o poder político para as consequências de não resolver os problemas existentes, fragilizou um pouco mais a posição dos chefes das Forças Armadas. Esse entendimento é partilhado por diferentes fontes militares ouvidas pelo DN, tanto no activo como na reserva e reforma. As declarações feitas ontem à Lusa pelo presidente da Associação 25 de Abril, coronel Vasco Lourenço, reforçam essa percepção: as chefias "não fazem sentir as necessidades" dos militares à tutela e "têm uma atitude mais politicamente correcta do que outra coisa", os militares foram "habituados a que os chefes militares defendessem os interesses, quer da instituição quer dos militares enquanto cidadãos". Subjacente a estas afirmações daquele capitão de Abril e de vários outros militares está o entendimento de que os chefes deveriam demitir-se, face ao silêncio do poder político, e que os escolhidos para os substituir rejeitassem o convite - criando um vazio que forçaria o Governo a resolver os problemas, a exemplo do que ocorreu em França há alguns anos. A verdade é que a situação das chefias se assemelha a um colete de forças: por um lado, a resolução dos problemas é da responsabilidade exclusiva do poder político, por outro "não podem dizer aos seus homens o que fazem [para persuadir a tutela] porque, se o fizessem para todas as 'casernas', no minuto seguinte havia um jornalista a receber um email com essa informação e … lá estava o chefe à perna com o ministro", frisou um oficial na reserva. Não se demitindo, resta aos chefes ouvir o ministro e o secretário de Estado da Defesa dizerem que desconhecem qualquer "mal-estar generalizado" nas fileiras - e assistir às sucessivas manifestações mais ou menos públicas de protesto das fileiras. "Cada vez que as associações adquirem protagonismo, é inevitável que passe a imagem que os chefes nada fazem", reconheceu aquele oficial, um dos que contesta a existência dessas estruturas representativas. Mas "a triste realidade é que a 'rua' tem força para lidar com estes políticos. E também se deve à 'rua' algumas medidas positivas para os militares que o poder político tomou, [sem as quais] estávamos bem pior". Segundo o almirante Reis Rodrigues (reforma), "o Governo, na sua 'lógica' de olhar para os militares como funcionários públicos, parece não ver qualquer inconveniente nessas manifestações e nem sequer presta atenção a esses acontecimentos". Mas se o ministro da Defesa parece dar-lhe razão, ao dizer que desconhece o "mal-estar generalizado" nas fileiras, um general na reforma aponta "dois erros" à tutela: "Primeiro não ouvem os chefes, depois minam-nos ao responder aos gritos das associações e não através dos chefes, fartos de alertar o poder político" para resolver os problemas.Face à ausência de respostas da tutela, há também quem veja, na repetida afirmação do ministro de que está "a trabalhar em conjunto com os chefes", uma "tentativa de os transformar no alvo do desagrado dos militares". Ora, a crítica crescente às chefias parece apoiar a teoria, sabendo-se que, em política, o que parece é.
MANUEL CARLOS FREIRE e RUI COUTINHO (Diário de Notícias de 06Nov08)

quarta-feira, 5 de novembro de 2008

Seminário. Os Clusrers e a Economia do Mar


Teve hoje lugar na Cidadela de Cascais, o seminário em epígrafe, cujo programa anexo.

Estiveram presentes os OCeanos Ferreira Barbosa, Temes de Oliveira e este vosso escriba.

Considero que valeu a pena, embora pudesse ter sido mais cativante.

Tenham uma muito boa noite!

Boa viagem!!!

(Por Rodrigo no blogue "Humoral da História", Expresso)

terça-feira, 4 de novembro de 2008

ECCE

Por mais razão que os militares possam ter nas suas queixas, nunca tal poderia legitimar qualquer acto de indisciplina
Que grupos de militares aproveitem o ano eleitoral que se aproxima para tentar fazer passar as suas reivindicações profissionais, não é nada de surpreendente nem sequer de condenável. Mas já é inadmissível que façam pairar deliberadamente a ameaça de "actos de desespero", que em quaisquer circunstâncias seriam sempre intoleráveis. E é ainda mais lamentável que militares prestigiados como Loureiro dos Santos ou Vasco Lourenço, ainda que fora do activo, se permitam implicitamente coonestar ou justificar tais acções, em vez de as condenar sem condições.
Insistamos no óbvio. Por mais razão que possam ter nas suas queixas e reivindicações – e isso está sujeito a demonstração –, nunca tal poderia desculpar, muito menos legitimar, qualquer acto de indisciplina nem, por maioria de razão, qualquer amotinação ou "quartelada". Numa democracia constitucional como a nossa, os militares gozam do direito de petição e de representação individual ou colectiva, através das respectivas associações profissionais. As "vias de facto", essas não podem deixar de estar liminarmente vedadas aos militares.
Num Estado democrático, as Forças Armadas obedecem a um rigoroso princípio de hierarquia e de disciplina. A resposta à indisciplina militar não pode ser a compreensão ou a complacência, mas sim o Regulamento de Disciplina Militar e, sendo caso disso, o Código de Justiça Militar. A indisciplina militar constitui uma negação qualificada do dever de subordinação. E a sua impunidade significa o fim da hierarquia e da funcionalidade das Forças Armadas, bem como da estabilidade política do país. Não deveria haver dúvidas sobre isso, incumbindo às chefias militares o estrito dever de as afastar, caso se manifestem.
Não deixa, aliás, de ser estranho o silêncio do poder político, bem como dos partidos políticos, sobre este grave episódio, ressalvada a crítica do ministro da Defesa sobre a "politização" das queixas militares. Mas essa denúncia não veio acompanhada da necessária recusa liminar de qualquer chantagem militar sobre o poder político, nem do compromisso solene de que nenhuma indisciplina será tolerada nem ficará impune. Também não se conhece nenhuma tomada de posição do Presidente da República, por vezes tão loquaz noutras matérias, ele que é guardião das instituições republicanas e, além disso, comandante supremo das Forças Armadas, sendo consequentemente também o garante da disciplina e da autoridade nas Forças Armadas. E os partidos políticos, será que trocaram as suas responsabilidades públicas pelo oportunismo eleitoral, se não pela instrumentalização política das reivindicações corporativas da tropa?
Quanto à substância das suas reivindicações profissionais, não terão os militares razão de queixa?
No que respeita às remunerações, ninguém pode contestar que os constrangimentos e os riscos próprios da vida militar devem ter adequada compensação, mais elevada do que a de outras funções públicas sem exigências dessa natureza. Mas é bom lembrar que já existe um adicional remuneratório, a título de compensação da condição militar, e que as missões no estrangeiro beneficiam de especiais condições remuneratórias, que estão longe de poder ser consideradas despiciendas. Além disso, os militares gozam de um subsistema de saúde idêntico à ADSE - regalia de que não gozam os cidadãos em geral - e dispõem de hospitais privativos.
Sem contar com outras regalias excepcionais, como o fundo de pensões co-alimentado pelo erário público, a situação dos militares está longe de poder ser considerada como "desesperada", como pretendem os dirigentes associativos, o que só pode ser tomado como hipérbole de mau gosto, quando a crise económica faz crescer o desemprego entre nós e há quem conteste o aumento do salário mínimo para 450 euros. Haja um pouco de decência nas queixas das supostas privações e carências próprias, ignorando as desgraças alheias...
É evidente que, excluído o retorno às injustificáveis situações de privilégio anteriores em matéria de saúde e de reforma – que foram extintas, com toda a razão, no início da actual legislatura, até por serem financeiramente incomportáveis –, não é de afastar a melhoria relativa da condição remuneratória dos militares. Mas, se os gastos com pessoal já representam mais de 50 por cento do orçamento da defesa, essa majoração depende sempre de uma avaliação global sobre o risco de excessivas assimetrias remuneratórias e sobre as possibilidades orçamentais do país, a qual só pode competir ao poder político.
Ora, a este respeito, o mínimo que se pode dizer é que, comparativamente com outros países, Portugal gasta demasiado com a defesa (em termos de percentagem do PIB e da despesa pública). Para se poder pensar em remunerar melhor os militares, torna-se desde logo necessário racionalizar as Forças Armadas. Temos quartéis a mais, instalações a mais, serviços a mais, escolas militares a mais, hospitais militares a mais, tropas a mais e generais a mais (mais de uma centena!). Até continua a existir um exótico Colégio Militar, à margem da rede oficial do ensino básico e secundário, como resquício de um antigo privilégio corporativo, que hoje nada justifica. Para complicar ainda mais as finanças militares, achou-se por bem sobrecarregar o orçamento da defesa, por muitos anos, com a luxuriante aquisição dos submarinos, cortesia da troika Barroso, Portas e Ferreira Leite.
Para cumprir as suas missões constitucionais de defesa nacional, bem como os seus compromissos internacionais no âmbito da NATO e da UE, Portugal não necessita de Forças Armadas sobredimensionadas, mas sim de Forças Armadas à medida das capacidades do país, pequenas, modernas, profissionalizadas, bem equipadas e eficientes. Seria bom que, a par das suas reivindicações profissionais, os activistas militares pensassem também no país e contribuíssem para a necessária reforma das Forças Armadas.
Vital Moreira, Professor universitário

16MARÇO1974


"REINA A ORDEM EM TODO O PAÍS"

A MEMÓRIA É CURTA

O artigo que este senhor publica hoje no "Público" é um insulto aos militares e á memória do Povo Português.
Eu não aceito lições deste senhor de democracia , de ética , de coerência , para dizer pelo menos 3 coisas.
Mas é que nem eu nem os Portugueses, nomeadamente os que se lembram dos seus discursos e das suas acções no tempo do PREC e mesmo depois , pois a memória não pode ser tão curta como isso.
E , já agora , seria bom que este senhor se lembrasse, que se não fossem os militares democratas que "fizeram um acto de indisciplina" , no 25 de novembro de 1975 , ele , e os seus parceiros , tinham posto o País com as algemas da ditadura.
E ,quanto ao Colégio Militar , o que diz , mostra bem o que lhe vai na alma.
Perigoso , este cavalheiro.
Eu nem percebo como se tem "cara" para escrever isto.