domingo, 8 de janeiro de 2012

MAÇONARIA





Há algum tempo, tinha-me espantado (acontece-me ainda, por vezes) com o facto de se noticiar que os serviços de informações tinham actividade, que eu supunha lhes estar vedada, de colaboração com empresas privadas. Entendi então que lhes dariam informações sobre oportunidades de negócios no estrangeiro ou coisa assim. Pensava eu que não deixavam, por isso, de cumprir a sua missão de recolha e tratamento de informação com vista à Defesa Nacional. Era assim como que um "já agora", sem descurar o essencial. Engano! Sabe-se agora (claro que só acredito nos jornalistas quando me comvem) a bagunça em que aquilo se tornou, até um responsável do SIED, dizem, se entretia, usando indevidamente os meios do Estado, a "twitar" boatos sobre quadros de empresas, chamando a tal brincadeira contra-informação.





Confesso que no fundo não fico muito admirado. Como é possível estarem em tal actividade, recolha e tratamento de informações para a Defesa Nacional, indivíduos sem formação cívica, patriótica e de serviço público como a que seria, pelo menos semelhantemente, dada (ainda?) nas Forças Armadas. Recrutados até, dizem-me, pasme-se, por oferta feita na Internet? Claro que deve lá estar boa gente, (não deviamos, mas todos conhecemos dois ou três, que a Pátria é grande mas somos poucos) o problema é que numa actividade destas não pode haver a clamorosa falta de profissionalismo que, desde há anos, se verifica. Não se devia sequer dar pela sua existência e; ele foi a publicação da listas com os nomes de "espiões?", ele foi a divulgação, na rede da AR, da identidade dos "espiões?" que iam obter livre transito para estacionar os "pópós", ele é a "ONIquê" para arranjar empregos melhor pagos! E agora a Maçonaria! E porquê? porque eles não brincam em serviço e sabem que um bom e gordo "sapo" é logo agarrado pelos jornalistas, ignorantes ou interessados, para deliciar os papalvos. A falta de sentido de serviço publico e de missão não lhes embota a capacidade de sobrevivência . Tivessem já levado umas "porradas" disciplinares e/ou criminais, viesse o exemplo de cima e a coisa estava resolvida e, itálico, secretamente, mas não é assim! Desvia-se a atenção e tenta fazer-se uma lei a proibir as sociedades secretas: basta copiar a do José Cabral de 1935! E pede-se a cabeça dos políticos pedreiros livres. Porque não as dos sócios do Benfica? Ou os da Opus Dei? Ou as dos Envagélicos? Simples a resposta, pela mesma razão que não reinvidicam à Marinha os Faróis. Já viram coisa mais civil e menos militar que os faróis que, até quando começaram dependiam dos "Correios", (o Aguilar que me corrija) mas ninguem, na chamada sociedade civil, quer os faróis! Proponho uma campanha patriótica no sentido de que a Marinha abra mão dos Faróis a troco dos Serviços de Informações! Já! A Pátria ganhava e, complementarmente, se o Belmiro não seguir o exemplo do Soares dos Santos, provava-se que o Estado não tem natureza de classe. Num "pucho" matava-se Marx e o Grande Arquitecto do Universo?

7 comentários:

O Jorge Lourenço Goncalves disse...

Boa, Luís.
Ser da Maçonaria (e eu não sou) é, agora, em Portugal uma espécie de "capis diminutio"...

O Jorge Lourenço Goncalves disse...

Queria escrever "capitis diminutio" :-(

O Luís Silva Nunes disse...

Olha que o Belmiro já está na Holanda há bastante tempo ... o "Pingo" é que seguiu o "Continente"!

O Bastos Moreira disse...

Nos tempos em que as Informações estavam na mão dos militares não se verificavam escândalos destes, pois o que interessava era servir o país e o interesse nacional, sem alardes, sem subsídios e com honra.
Tal era reconhecido por serviços congéneres estrangeiros.
Quando se criou , na altura o SIEDM,e acabou a DINFO, verificou-se um "assalto" por parte de todos os quadrantes e infelizmente também por alguns militares, em que o importante era obter o "tacho".
O resultado de um mau começo está agora à vista.

O J.N.Barbosa disse...

Tudo gente sem experiência de vida ou profissional, que entrou novinha para um serviço que estava a ser inventado e que foi sempre dirigido por amadores.

O Manel disse...

"eles" não descansam enquanto não nomearem um boy para cantineiro de uma fragata, ou sinaleiro do D.Carlos

O José Aguilar disse...

Não vou corrigir, mas precisar: os telégrafos e faróis estiveram "juntos" aos correios, dependentes ambas as organizações do ministério das Obras Públicas, a partir de 1880, quando a Direcção Geral de Telégrafos e Faróis do Reino e a Direcção Geral dos Correios e Postas do Reino se fundiram (mesmo sem imposições de "troikas") para formar a Direcção Geral dos Correios, Telégrafos e Faróis do Reino. O que corrijo, sim, é que os faróis nada tenham de militar. Pois não são eles muito mais aprumados do que a maioria dos civis? Por outro lado, pode haver muito quem os queira: se isto continua assim, ainda se arriscam a ser a única luz neste imenso túnel que atravessamos.