terça-feira, 1 de fevereiro de 2022

ALMIRANTE

A 1 de Fevereiro de 1307, o Rei D. Dinis cria o cargo de Almirante da Marinha. Foi o primeiro Almirante, Nuno Fernandes Cogominho.

domingo, 30 de janeiro de 2022

ALMIRANTE VASCO DA GAMA

 A 30 de Janeiro de 1502, o Rei D. Manuel cria o cargo de “Almirante do Mar da Índia “, tendo sido o primeiro Almirante, Vasco da Gama.

sábado, 29 de janeiro de 2022

Lançamento do livro - HISTÓRIAS MARÍTIMAS DOS AÇORES

   No próximo dia 15 de Fevereiro, às 17 horas e 30 minutos, na Academia de Marinha vai realizar-se a apresentação do livro Histórias Marítimas dos Açores – Batalhas e combates, piratas e corsários. Temporais, naufrágios, perdições e outras histórias marítimas, da autoria do nosso incansável estudioso e prolífero camarada de curso Adelino Rodrigues da Costa.

    O livro, com 296 páginas, tem todos os condimentos para ser lido com todo o interesse, já pela qualidade comprovada de pesquisador destas matérias que é o seu autor, já pelo seu conteúdo que, como o título sugere, trata de episódios marítimos muito diversos e quantas vezes dramáticos, marcantes na história e na cultura das ilhas açorianas.
    Vai ser o autor quem, melhor do que ninguém, fará a apresentação de mais esta sua obra.
    A sessão é aberta e é com todo o prazer que, através do nosso blogue, aqui transmito o seu convite a todos os nossos camaradas, em particular aos OCeanos, para que, estando disponíveis, não deixem de assistir a este evento, o que lhe dará muita satisfação, até porque acontece no início do ano em que o nosso Curso. "Com. Oliveira e Carmo" completa 60 anos de (per)curso. 

sexta-feira, 21 de janeiro de 2022

A cerimónia de recepção no Cumeré

 Um céu cinzento ameaçando chuva, o calor húmido do meio da manhã reforçado pelo sol que espreita por entre as nuvens, quente e impiedoso e nos bate de frente, torna a nossa pele pegajosa, o suor transpira para a farda branca. Em formatura, os periquitos e alguns veteranos que regressam a Lisboa, esperam a chegada do general. Os dois destacamentos, DFE 3 que regressa a Lisboa e DFE 8 acabado de chegar ao TO, à sua esquerda, depois um batalhão do Exército e por último a companhia do Capitão Salgueiro Maia com os seus lenços pretos. O tempo vai passando, caem alguns soldados que rapidamente são retirados em maca para a enfermaria.

Tento distrair-me, observando o aquartelamento e as movimentações que se vão desenrolando à minha frente.

Finalmente ouve-se o som dos motores de um helicóptero que rapidamente se aproxima, dá uma volta graciosa por sobre a formatura e aterra na parada. Logo que as pás param de rodar, sai, facilmente reconhecível pela monóculo que usa no olho direito, o general Spínola, vestido de camuflado, com uma enorme boina a cobrir-lhe a cabeça, logo seguido de dois ou três militares, também eles de camuflado com armas empunhadas. Um circo bélico que, por uma qualquer associação de ideias, me fez lembrar uma descrição, lida algum tempo atrás, no livro "Os Pretorianos" de Laterguy, relacionado com a guerra da Argélia. Todos aqueles homens vestindo fatos camuflados, empunhando espingardas metralhadoras, com uma atitude bélica como se estivessem prestes a entrar em combate, transmitiu-me a sensação de estar a assistir a uma peça de teatro, encenada para impressionar os pobres diabos acabados de chegar e ainda virgens para a guerra que os esperava. Um deles, que depois vim a conhecer, chamou-me especialmente a atenção, óculos escuros, postura marcial, a coronha da espingarda apoiada na cintura com o cano a apontar para o alto. A figura do general Spínola já a conhecia dos noticiários da televisão, mas a minha atenção concentrou-se nas luvas que calçava e perguntei-me a razão para as usar com o calor que se fazia sentir. Os cornetins executam os toques da praxe e as tropas em parada respondem com os sucessivos movimentos e finalmente o general começa a passar a revista. Caminha lentamente, passo solene, por vezes pára e olha fixamente o militar que está em sentido à sua frente, o tempo parece não passar, desmaiam mais alguns homens e o general contínua a sua marcha imperturbável. Para à minha frente intermináveis segundos, olha-me fixamente, procuro não desviar o olhar, mas sinto-me incomodado. Depois prossegue a revista. Finalmente os toques para descansar e o general sobe a um palanque para falar às tropas.

“Soldados e marinheiros, marinheiros e soldados …”. Era assim que me tinham dito que começava sempre o discurso e foi assim que aconteceu. Do discurso lembro-me só do tom apologético e patriótico, a voz solene, trémula e rouca quando pronunciava a palavra "pátria". Quando acaba o discurso as forças em parada desfilam e depois destroçam. As conversas entre o pessoal, finalmente descontraído, centram-se no tempo que tudo aquilo demorara e no sermão do Caco Baldé que nunca mais acabava (Caco Baldé era a forma como o general Spínola era referido entre as tropas).

Os oficias e sargentos são convocados para uma sala. Estamos todos sentados quando o general entra, o coronel ordena sentido, toda gente se levanta e o general dirige-se para a mesa que estava colocada no fundo da sala. Senta-se e todos se sentam. O discurso parece-me agora diferente, continua num tom patriótico, de defesa intransigente da pátria (palavra que pronuncia com a mesma entoação rouca e solene), mas vai dizendo que Lisboa (é assim que se refere ao governo de Portugal) tem de olhar para a realidade do que se passa nos nossos territórios ultramarinos e alterar as suas políticas enquanto há ainda tempo. Lisboa tem de entender que os tempos mudaram e que os povos do nosso ultramar têm legítimas aspirações em participar do seu futuro dentro de uma pátria pluricontinental e multirracial. Findo o discurso, manda sair os sargentos e oficiais subalternos ficando só os capitães e comandantes de unidades. Desta vez o discurso é curto, mas mais assertivo. Refere a gravidade da situação militar e política e a necessidade imperiosa de Lisboa mudar de política enquanto há tempo e condições para negociar.

O general retira-se. Vamo-nos despedindo dos camaradas do Exército que tínhamos conhecido na viagem. Demorei algum tempo a trocar algumas impressões com o capitão Salgueiro Maia que tinha sido nosso companheiro de mesa e de amenas cavaqueiras a bordo durante a viagem e desejar-lhe boa sorte. A convivência diária no Angra do Heroísmo tinha criado alguma empatia entre nós e a troca de ideias sobre o que nos esperava na Guiné, apesar de algumas diferenças de opinião, deixara também um sentimento de solidariedade pois ambos começávamos já a tomar consciência dos tempos difíceis que nos esperavam. Está bastante mais perplexo do que eu com as palavras que acaba de ouvir ao general. "Afinal, parece que vocês estavam mais bem informados do que eu" é a formulação simples e directa como define o que acaba de ouvir. Voltamos a encontrar-nos alguns meses depois numa breve conversa de circunstância na messe de Exército, em Bissau e reconheci-o, três anos mais tarde, no pequeno ecrã de uma televisão na câmara de oficiais do S. Gabriel, no dia 25 de Abril.

quinta-feira, 20 de janeiro de 2022

VIAGENS DE D. JOÃO VI

 Sobre esta viagem de ida e volta ao Brasil de D. João VI e da restante família real, das convulsões da época, das características pessoais dos membros daquela família real, da intensa actividade diplomática desenvolvida face às intenções megalómanas de Napoleão, da sua vivência no Brasil, é muito interessante o livro de cuja capa aqui fica foto e que desmonta em boa parte a ideia que sempre nos foi transmitida deste monarca:


quarta-feira, 19 de janeiro de 2022

PORTUGAL - BRASIL

A 19 de Janeiro de 1808 chega à Baía a nau Rainha de Portugal com o Príncipe Regente e Infantas.

segunda-feira, 17 de janeiro de 2022

POPEYE

 O famoso marinheiro Popeye, criado por Elsie Crisler Segan, é apresentado ao público pela primeira vez em 17 de Janeiro de 1929, numa história aos quadradinhos do jornal americano Thimble Theatre.

domingo, 16 de janeiro de 2022

MARINHA

A 16 de Janeiro de 1877, é criada a “Escola de Alunos Marinheiros” a bordo da corveta “Duque de Palmela”.

sábado, 15 de janeiro de 2022

CANANOR

 A 15 de Janeiro de 1501, pela primeira vez os portuguêses chegam a Cananor. Foi Álvares Cabral ao comando da sua armada.

segunda-feira, 10 de janeiro de 2022

Ainda o CEMA

 Recebida a seguinte colaboração:

"Meus caros 

Confesso, desde já ,que pouco ou nada conheço do percurso profissional quer do actual, como do anterior CEMA, que me leve a tecer quaisquer considerações sobre a justeza ( ou injustiça ) da substituição, situação que não é certamente comum à grande maioria dos que sobre este assunto têm falado ( e escrito) mas que, tanto quanto me foi dado perceber, não apresentam qualquer justificação das conclusões a que chegaram

É exactamente por isso que , na impossibilidade de o fazer junto ao juiz conselheiro jubilado e de tantos outros mais , que aparentam conhecer todo o processo, solicito a qualquer um dos camaradas que eventualmente esteja em idênticas circunstâncias, me explique o que na realidade se terá passado por forma a que possa refutar a notícia , que nunca vi desmentida, de que o:anterior CEMA,  aquando da sua recondução no cargo, foi informado que o era temporariamente até o seu indigitado sucessor deixar de exercer o cargo para que fora ( ou iria ser ) nomeado, notícia essa que me parece ser a chave do processo

Também. e agora só por curiosidade, gostaria conhecer o que se terá eventualmente passado, no curto intervalo de 3 meses,  para ter havido , conforme referido pela imprensa, uma total inversão do parecer do conselho do almirantado.  

Abraço do E. Gomes"

domingo, 9 de janeiro de 2022

A LFG "…" TAMBEM LA ANDOU

Quando recordo os tempos em que vivi na Base de Patrulhas de Ganturé (BAPATGANTURE),no Norte da Guiné, recupero sempre alguns Destacamentos de Fuzileiros, as LFG's (Lancha de Fiscalização Grande), as LDM’s (Lancha de Desembarque Média) que patrulhavam o rio Cacheu, os botes correndo o rio a toda a força dos seus motores fora de borda ou derivando silenciosamente com as correntes da maré, os militares do Exército e as populações que se encontravam em Bigene, Tabanca Nova, Binta e Barro e, obviamente, os encontros e desencontros com os guerrilheiros do PAIGC e as populações sob o seu controlo.

A presença de uma LFG atracada na ponte-cais de Ganturé ou navegando no rio, fazendo ouvir os seus motores e o poder de fogo das suas Boffors, quando passavam por uma clareira, apoiando um reembarque depois de uma operação, largando botes que depois desciam ou subiam o rio à deriva e emboscavam no tarrafo junto de uma clareira, foi uma constante nos meses em que o DFE 8 esteve estacionado em Ganturé, atribuído ao COP 3 (Comando Operacional nº 3). Ao longo desses meses, a actividade operacional e a convivência diária foram estreitando afinidades e laços de amizade que muitas vezes vinham desde os tempos da Escola Naval.

Com todas as LFG's, o DFE 8 viveu muitos acontecimentos de boas e más memórias, foi transportado ou recolhido em operações, embarcou com todo o seu equipamento para um ou outro aquartelamento e também convivemos longas horas com camaradas e amigos. Mas há camaradas, acontecimentos e momentos que nos deixaram marcas que recordamos com mais frequência e afectividade.

Foi o que aconteceu, quando, um dia destes ao folhear alguns dos papéis que guardo dessa época, encontrei uma curta e lacônica mensagem, enviada no rescaldo de uma operação realizada na margem Sul do rio Cacheu, que me recordou um episódio em que um dos intervenientes foi um saudoso amigo, na altura Comandante de uma LFG. No rasto desta memória foram surgindo muitas outras relacionadas com a ligação estreita que os Destacamentos de Fuzileiros estabeleciam com as LFG´s e LDM's que estavam em missão no rio Cacheu.

O DFE 8 cruzou-se várias vezes com essa LFG durante a sua comissão na Guiné. Foi ela que nos foi recolher a Buba e nos acarinhou e alentou depois de uma operação desgastante que o General Spínola determinou como correctivo para supostos comportamentos menos correctos de um marinheiro do destacamento. Recordo, também, uma outra situação, na região da Caboiana, perto de Vila Cacheu, quando o destacamento caiu numa emboscada que provocou vários feridos e nos encontrávamos em dificuldades para os tratar e evacuar. A LFG, que regressava a Bissau depois de terminar a sua missão em Ganturé, estava já a sair a barra, mas ao aperceber-se, através das comunicações interceptadas, do problema que enfrentávamos e ter entrado em contacto rádio conosco, alterou imediatamente a sua rota e veio esperar na foz de um afluente do Cacheu um bote onde tínhamos conseguido embarcar os feridos, transportando-os para Vila Cacheu onde lhes prestaram os primeiros socorros e de onde foram depois evacuados para Bissau.

Mas vamos então à estória da mensagem. Tudo começa num reembarque em botes num dos afluentes do rio Cacheu, depois de uma operação em que se assaltou um acampamento do PAIGC. O grupo de combate que seguia à frente do Destacamento atravessou uma bolanha com cerca de 300 metros para estabelecer a ligação com os botes, enquanto o grupo de comando e o segundo grupo montavam segurança na orla da mata. Estabelecida a ligação com os botes o pessoal que estava na mata arrancou rapidamente seguindo o trilho aberto no capim pelo primeiro grupo. Quando estávamos a meio caminho rebentou, da orla da mata, ao lado do local que acabávamos de abandonar, grosso tiroteio de armas ligeiras e RPG na nossa direcção. Cada um procurou o abrigo possível e tentamos responder. No entanto, os guerrilheiros, que eram numerosos, não se calavam, a nossa posição no terreno não oferecia grandes abrigos e a situação ficou mesmo muito desconfortável. Entretanto, o 1º grupo, que já tinha embarcado nos botes, volta para terra procurando envolver a posição ocupada pelo IN. Logo que alcançaram um local favorável, abriram fogo o que permitiu que o grupo que tinha sido emboscado, reagisse e regressasse à mata. Nesta nova situação, os guerrilheiros apesar de terem ficado debaixo de dois fogos não se calaram. Mas, pouco depois, foi possível juntar ao nosso fogo o dos obuses de Bigene, porque, entretanto, um marinheiro subiu para uma árvore de onde conseguia dominar todo o cenário, chamou-me e, lá de cima, pude facilmente regular os obuses de Bigene. Ao fim de duas obuzadas os guerrilheiros estavam enquadrados e com mais dois ou três disparos dispersaram.

Entretanto o grupo dos botes tinha navegado algumas dezenas de metros rio acima, tendo alguns homens saltado em terra e conseguido também fazer fogo sobre o grupo de guerrilheiros.

O patrão da LDM que se encontrava a pairar na foz do afluente do rio Cacheu à nossa espera para nos transportar até Ganturé, ao aperceber-se do tiroteio que vinha do interior, decidiu entrar resolutamente no rio pronto a intervir e apoiar no que fosse necessário.

A LFG que navegava por perto, mal ouviu os primeiros sons do combate que se estava a travar, dirigiu-se para a foz do afluente do rio Cacheu, pronta para intervir em caso de necessidade.

Era assim que sempre reagiam as forças navais que se encontravam em Ganturé e que tinham o rio Cacheu como teatro de operações. Ao primeiro sinal de combate no rio ou em terra todas acorriam, a toda a força dos motores e das máquinas, ao local onde se estava a travar o combate prontas a apoiar a unidade que estava em acção (a embrulhar … como dizíamos na gíria local).

Com todos ilesos, acabamos por reembarcar directamente para a LDM que penetrara no braço do rio e abicara para nos recolher. Escoltados pelos botes chegamos ao rio Cacheu, onde nos esperava a LFG. Todas as forças regressaram num alegre, improvisado e desorganizado comboio naval a Ganturé com a sensação de alívio por termos saído sem mossas daquela situação complicada.

Depois de um banho retemperante e de vestir roupa lavada, dirigi-me para a messe, para beber um café e uma bebida fresca e redigir o habitual e obrigatório RELIN relativo à operação.

Para quem não conhece ou não se lembra do significado do termo, resumo, dizendo que após qualquer incidente que envolvesse as nossas forças e as do PAIGC ou após qualquer operação, logo que possível, era enviada uma mensagem, o RELIN, escrita numa linguagem simples e lacónica a dar conta dos acontecimentos e dos seus resultados em relação ao pessoal e material das nossas forças e das forças do PAIGC. O RELIN era complementado, quando os resultados o justificavam, por um relatório circunstanciado do desenrolar da operação.

Ainda no rescaldo dos acontecimentos que envolveram um razoável número de forças e muitos movimentos, cansado da caminhada que acabara de fazer, a primeira redacção do RELIN saiu muito pouco clara, desarticulada e dando uma ideia de que o granel naquela operação tinha sido muito maior do que o que fora na realidade. Não gostei e tentei uma segunda redacção que apesar de mais completa, escorreita e arrumada, também não me deixou muito satisfeito. Mas, naquela época, já andava sem grande paciência para fazer papéis destinados, a maior parte das vezes, a satisfazer burocracias instaladas e acabarem arquivados num qualquer dossier de um qualquer gabinete com ar condicionado em Bissau. E, por isso, Ah! Que se lixe … vai mesmo assim … e foi!

Jantei, estive algum tempo na roda do bar na conversa e depois fui até à câmara da LFG, tomar um café, beber um whisky, conversar e jogar uma partida de brídege como fazíamos muitas vezes quando a LFG estava atracada na ponte cais de Ganturé e havia parceiros para isso. Contra o que era o seu costume, o Comandante recebeu-me com cara de poucos amigos e logo me interpelou, rispidamente, pelo facto de o RELIN que eu tinha enviado não fazer qualquer referência à acção da LFG na operação. Dizia-me, com ar zangado, que quem o lesse ficaria a pensar que o navio tinha permanecido calmamente atracado na ponte cais, enquanto a algumas centenas de metros estava a decorrer uma acção de fogo. Penitenciei-me imediatamente, pedi-lhe desculpa pela omissão, mas retorqui-me, sem mudar de humor, que as minhas desculpas não evitavam que quem lesse a mensagem não questionasse a forma como a LFG estava a cumprir a sua missão. Perante este argumento pedi que me arranjassem um bloco de mensagens para reparar imediatamente o lapso. O telegrafista trouxe à câmara uma cópia do RELIM e um livro de mensagens. Reli o RELIM original e procurei encontrar uma nova redacção, que sem mudar muita coisa, corrigisse a omissão. A verdade é que, a cada tentativa mental de nova redacção, a situação embaraçosa e meio caricata em que me encontrava, trazia-me à memória as imagens das correrias e peripécias da manhã e associava-as às cavalgadas dos filmes de índios e cowboys que recordava da minha adolescência nas matinés dos sábados no cinema de Vila do Conde. A este estado de espírito acrescentava-se a adrenalina dos últimos acontecimentos, os cafés e os whiskeys que, entretanto, fora bebendo e que começavam também a fazer os seus efeitos. Não estava mesmo a encontrar uma forma de contornar a mensagem original sem ter de redigir outra completamente nova e, naquela ocasião, sentia-me completamente incapaz de o fazer. Ao fim de algum tempo, a saída foi escrever um aditamento ao RELIN que saiu nestes termos: "ADITAMENTO MEU RELIN "… " A LFG " … " TAMBEM LA ANDOU."

O telegrafista recolheu o bloco de mensagens e foi transmiti-la. Pouco depois, enquanto estávamos em amena conversa, volta à câmara com as cópias da mensagem enviada. Eu dobro a minha sem a ler e meto-a no bolso da camisa. O Comandante da LFG lê-a atentamente, a sua expressão começa a alterar-se, levanta-se e depois … explode … à sua maneira. Por mim, antes que qualquer coisa me caísse em cima, saí a toda a velocidade da câmara e só abrandei quando, depois de descer a prancha do navio, me vi na ponte-cais.

Chegado, são e salvo, à base, anulei todas as mensagens anteriores e redigi um novo RELIN com todos os pormenores da operação ou, como dizemos agora, politicamente correcto. A meio da manhã seguinte, com a intervenção mediadora do Imediato, recebi um convite para ir almoçar ao navio. A fúria (justificada, diga-se) da noite anterior se não se tinha desvanecido, pelo menos abrandara. Naquela LFG, como em todas as outras, os fuzileiros eram sempre bem-vindos e generosamente acolhidos, mesmo quando, ao regressar de uma operação, esgotados, suados, sujos e cobertos de lodo eram recebidos ao passarem da escada quebra-costas para o convés com uma agressiva mangueira de incêndio apontada aos corpos que, não só os limpavam do lodo para não sujarem o navio, como também os começavam a refrescar antes de atingirem o local onde encontravam, à discrição, água fresca para compensar a que desaparecera há muito dos cantis.

OCEANOS

 Mais um OCeano a celebrar o seu aniversário, nascido a 9de Janeiro de 1945, o Teixeira de Aguilera completa uns bons 77 anos. Esgrimista na E. Naval, notou-se uma inclinação pelas letras. A par de tradutor com obra feita, tem o dom da escrita. Agora retirado das lides navais dedica-se a disparar a sua máquina fotográfica com bons resultados. Camarada e amigo sabe o que é exprimir um fino humor.

Que tenhas um óptimo dia junto com os teus e que o consigas repetir muitas vezes com saúde e boa disposição.

Um Abraço.

terça-feira, 4 de janeiro de 2022

OCEANOS

 4 de Janeiro de 1945, nasce um futuro OCeano, o Adelino. Homem do “salto à vara” e leme da equipa de remo dos OCeanos. Estreou-se nas lides Ultramarinas como imediato dum comandante que não era brinquedo. Com uma carreira naval variada, quando se retira, cedo, envereda pela investigação histórica, com plenos êxitos.

 Que tenhas um óptimo dia de aniversário junto com os teus e que o possas repetir muitas vezes com saúde e boa disposição.

Um grande Abraço 

domingo, 2 de janeiro de 2022

AVIAÇÃO NAVAL

 A 2 de Janeiro de 1953 é inaugurado o Centro de Aviação Naval Cte. Sacadura Cabral no Montijo.

sábado, 1 de janeiro de 2022

OCEANOS

Este OCeano nem deu tempo ao novo ano: nasce neste dia primeiro de Janeiro de 1945, o Martins dos Reis. Da classe do óleo, acaba a sua carreira militar nas “Informações Estratégias” do EMGFA, creio o único EMQ que faz este desvio. Quando recomeçarem as fainas gastronómicas OCeânicas faz um esforço para compareceres.

Um óptimo dia de aniversário junto com os teus, muitas repetições desta efeméride, com saúde e boa disposição.

Um Abraço