Nos últimos anos da década de sessenta do século passado foi decidido pelos comandos militares em Moçambique integrar nas forças especiais portuguesas antigos caçadores europeus, tendo como principal motivo a convicção que eles teriam grande experiência do mato bem como conhecimento das línguas locais. E se um ou dois foram realmente elementos de grande valia, a maior parte nada acrescentou de valor operacional.
E foi assim que certo dia se apresentou em Metangula, província do Niassa, o senhor Pistakini a fim de integrar o DFE que aí actuava.
O senhor Pistakini parecia um elemento saído de um filme tipo "The Great White Hunter". Era de estatura média, atarracado, barba cerrada, grande chapéu de abas largas e com fama de grande apreciador de bebidas alcoólicas.
E chegou o dia em que seguiram para uma operação. A meio do percurso descobriu-se que o sr. Pistakini tinha os cantis cheios de, em vez de água, ...... vinho tinto! Perante isto, o Comandante do DFE, pessoa de feitio afável e conciliador, dirigiu-se a ele e disse: "Sabe, sr. Pistakini, nós não deixamos o pessoal trazer álcool para o mato... O sr. Pistakini virou-se para o Comandante e, candidamente, respondeu: "Tem muita razão, sr. Comandante, mas sabe, eu custa-me tanto comer o chouriço da ração de combate com água"
Realmente era desagradável.