Almirante Charles Napier (7)
«Já mencionei que na secretaria do ministro da marinha que é reunida com a das colónias haviam uns vinte ou trinta empregados. Nos tempos antigos, o major-general estava tão completemente sujeito ao ministro que, para conservar o emprego, era obrigado a submeter-se a qualquer coisa que aquele ou os seus empregados julgassem a propósito, e como nenhum ministro entendeu jamais de assuntos navais, facilmente se pode ajuizar do deplorável estado em que tinha caido a repartição naval. As finanças em Portugal tinham por muito tempo permanecido sem ordem alguma; e quando o governo se achava apertado de dinheiro, a repartição naval era sempre a primeira que padecia. Não se podiam obter fornecimentos que não fossem de má qualidade, e por preços exorbitantes,pois era perfeitamente uma lotaria saber quando os fornecimentos seriam pagos. Eles faziam os seus cálculos e carregavam os preços em conformidade com eles, e aqueles que tinham mais relações com o ministro da marinha, ou que provavelmente sabiam como dirigir um pequeno presente ao lugar próprio, eram os primeiros a quem se pagava. Eu não podia consentir que semelhante estado de coisas continuasse, e o ministro e a sua gente,depressa acharam que eu era a pessoa mais imprópria para estar à testa da repartição naval; mas a guerra ainda não estava finalizada e era necessário proceder com cautela e principiar por ir gradualmente desgostando-me, o que é sempre a moda portuguesa.»
4 comentários:
Este foi o que mais gramei
"A Guerra da Sucessão em Portugal pelo Almirante Napier, Conde do Cabo de S. Vicente" donde são extraidos estes nacos de prosa divinais são uma publicação recente, encontrada num alfarrabista?? Qual é a sua origem ?
Vira o disco e toca o mesmo...onde que nós já vimos este filme?
São uma reedição recente, no último Natal. É fácil comprar.
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