O sinistro plano
Notícias vindas a lume este fim de semana revelam existir um plano sinistro para degradar e tornar ineficazes as Forças Armadas. Em nome das poupanças, que sairão bem caras se isto for para a frente. Claro que o plano deve ter saído das cabecinhas esclarecidas dessa gente que povoa os gabinetes ministeriais ou dos amigos convocados para grupos de trabalho, que tratam de assuntos que ignoram. O caso da saúde militar é exemplar, mas o que está para vir será pior.
A fusão dos Institutos geográfico do Exército e o Instituto Hidrográfico é uma medida inteligentíssima. De facto, em comum têm a palavra Instituto e acabam os dois em gráfico. Talvez tenham os dois uma impressora que possam partilhar. A destruição de um valor e de uma instituição não interessará nada a quem só pensa em moedas. O prejuizo operacional não interessará nada. A posse do Director-Geral do IH foi esquisita, com a presença ministerial. O discurso foi, vê-se agora, enganador. Vale a pena ouvir.
A fusão das escolas militares é outra que andava a ser subrepticiamente congeminada. Não interessa o que a escola produz. São números, são novos encargos para o Estado sem grande interesse. Novas Oportunidades, portanto.
No fim querem pendurar cada vez mais organismos no CEMGFA e no MDN, o que é brilhante em termos de organização e de competências.
Ainda a procissão vai no adro. Esperem pela pancada.
4 comentários:
Eu não expero, já estou a apanhar...mas a reagir!
Realmente o plano tornado público não é recomendável e confuso.
Mas o certo é que, ao longo destes 38 anos, os "militares" não se entenderanm entre Ramos e não apresentaram nenhum plano. As sua ideias só aparecem como reacção negativa a qualquer coisa que apareça. Será sinal que consideram que tudo deve permanecer na mesma pois a actual organização é a melhor possível e mais correcta?
Porque será que não oiço exigir à classe política para definirem para que querem as FA's (não me digam que os Conceitos Estratégicos de DN que têm existido são definidores e exclacedores!
Isto de ser militar em Portugal não é nada fácil!
Os cortes nas FA's a qualquer preço e de qualquer maneira vem dos mais variados quadrantes políticos e financeiros, p.ex.: Silva Lopes em 16 de Outubro de 2012 ao Jornal Sol: para cortar despesa é preciso 'ir à carne':
http://sol.sapo.ao/inicio/Economia/Interior.aspx?content_id=61162
..."O ex-ministro das Finanças explica que quando se toma uma decisão de cortar na despesa num sítio concreto, «os interesses ligados àquele sítio concreto protestam», como a situação na CP em que há «greves para toda a vida» ou nas Forças Armadas.
Neste último caso, Silva Lopes explica que, segundo uma organização internacional com sede na Suécia, que não identificou, mostra que Portugal é o terceiro país da Europa com maiores despesas militares, representando 2,1% do Produto Interno Bruto (PIB), o que compara com 1% de Espanha.
«Vou apanhar tareia por todo o lado se isto sair desta sala», disse Silva Lopes em tom de brincadeira quando defendeu que, em matéria de redução de despesa do Estado, as Forças Armadas deveriam ser contempladas."...
Salvo erro, o Gen. Loureiro dos Santos, na entrevista que deu a semana passada, dizia que as despesas militares equivaliam a 1,2% do PIB e que estavam abaixo da média da U.E. e muito abaixo da média da Nato.
Alguém anda a ler os números errados...
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