REGATA LISBOA - BERMUDAS
O cronista Cadete Simões Teles continua a sua crónica em pleno dia 22 de junho de 1964:
"Os alíseos continuam fracos. E mais fraco se torna o interesse pela Regata. A esperança vive ainda mas já não com a intensidade das duas primeiras semanas.
A ignorância quase total em que nos encontramos agora auxilia à descrença. Começa-se a pensar na terra distante que se aproxima. Fazem-se conjecturas e perguntas.
Hoje passou por nós um cargueiro alemão em rumo inverso ao nosso. Como já tem acontecido, todos se debruçam na borda e logo o sinaleiro transmite o AA em morse. A pergunta é sempre a mesma: "viu algum veleiro"? O navio responde: "não".
Ainda temos fé. Estou mesmo convencido que, no íntimo de cada um existe ainda uma grande esperança. Só a conversa decaíu.
O comandante Horta resolve ir para S. Estamos já na zona tropical. Não há sombra ao meio dia. Mas o vento mantém-se o mesmo".
Soube-se mais tarde que os mercantes alemães tinham instruções para não informar os outros veleiros acerca da posição do Gorch Fock.
Por esta altura o rancho começou a fraquejar, começamos a receber uns comprimidos à refeição, eram vitaminas para colmatar a quebra do rancho. Descobriu-se que a comida (carne e peixe) não chegava até ao fim desta etapa.
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