segunda-feira, 24 de maio de 2010

A Crise, os Ataques especulativos ao Euro e a Marinha

De tanto ouvir falar na crise e nos ataques especulativos à moeda euro, já baralho tudo e sem querer dou por mim a aplicar a alguns eventos os critérios por que se regem aquelas malfadadas realidades ou pelo menos estabelecer alguns paralelos mais ou menos apropriados.

Em primeiro lugar, a substituição do Hospital da Marinha (e congéneres) por um único hospital militar faz-me lembrar a substituição do escudo e de outras moeda pelo euro. As vantagens proclamadas são (foram) abundantemente explanadas, mas nem sempre aceites sem reservas pelos directamente afectados nem entendidas pelos não especialistas, respectivamente.

Quanto à moeda, parece que a vantagem de que todos têm percepção é a de que evitou (proibiu) os nossos governantes de terem entrado em maiores desvarios do que aqueles que já nos estão e continuarão a acarretar os malefícios que sabemos e sentimos. Quanto ao hospital, o futuro dirá de sua justiça e oxalá não em termos de se lamentar a não reversibilidade da medida.

Depois, vêm-me à cabeça os ataques especulativos, com que o “mercado” ou outros rostos ainda mais anónimos têm procurado cavar a respeitabilidade e quem sabe, atrevem-se a dizer algumas más-línguas, a própria existência de tão novel meio de pagamento, através dos elos mais fracos sobejamente propalados.

Aqui, embora não muito pacificamente, alguns dos mais fortes “euroistas” resolveram tomar medidas para proteger a sua dama ofendida. Sem entrar em considerações sobre os verdadeiros objectivos dos defensores, parece que o têm conseguido até agora.

Qual o paralelo que me martela a cabeça? Como não poderia deixar de ser, o nosso Museu da Marinha. Está a ser alvo de ataques especulativos e se não é ajudado pelos muitos cavaleiros andantes que naturalmente estão no firme propósito de o defender com as armas de que dispõem, arrisca-se a soçobrar e a desaparecer.
Vamos a isso?

Trapalhadas


Embora esta personagem não me seja simpática, tenho que reconhecer que foi muito maltratada, durante a sua fase governativa, pela comunicação social e não só. Hoje, que diriam do senhor se ele estivesse envolvido nas múltiplas trapalhadas que se fazem e ouvem todos os dias, com vários responsáveis governativos a dizerem uma coisa agora e amanhã outra? Seria, pura e simplesmente, trucidado!
Embora não lhe perdoe, nem a ele nem aos que lá estão, tenho que dizer:
PSL, volta ... estarás muito bem (mal) acompanhado.

domingo, 23 de maio de 2010

O MAIS ANTIGO

Encontrei o nosso "Mare nostrum" , o Velho do Restelo , perto do mesmo , numa feira de velharias.

Só passado um bocado é que percebi porque toda a gente olhava para nós.

É que ele era a "peça" mais rara e mais antiga.

sábado, 22 de maio de 2010

"Estórias da nossa vida"

A Crise. Persiste!...

A “Crise” teima em persistir, apesar dos abnegados e genuínos esforços que, conforme afirmam amiúde e diariamente, vêm fazendo para que “ela se vá de vez” (?). Como se de maleita passageira, não congénita, exógena e não inerente ao sistema ela fosse. Mas, a história das crises periódicas e não periódicas, infelizmente, indiciam que de maleita crónica endógena e inerente ao sistema se trata. Apesar dos esforços que desenvolvem para nos convencer do contrário, a realidade diz-nos que tentam justificar o injustificável. Tentam, e pelo que nos é dado ver, têm conseguido convencer-nos da “bondade” e “justeza” dos argumentos que engendram e debitam, repetida e sistematicamente, cumprindo a “máxima” de que “uma mentira tantas vezes de repetida, se torna verdade”. Mas, até quando?...

Permitam-me que compartilhe com todos os “OC’s”, um momento de convívio e boa disposição que apesar dela - a “CRISE” – este bom Povo ainda consegue ter, apesar das dificuldades e sacrifícios que lhe são impostos arbitrária e persecutoriamente. Como de culpados, primeiros e últimos, da “Crise” se tratassem. Estranha “justiça” a deste país. Já agora, a propósito, pergunte-se como anda a propriamente dita – a Justiça – deste país?

Mas, vamos ao que interessa, o momento de convívio em terras de Trás-os-Montes, no país profundo e real, na extrema da Vila de Pedras Salgadas, com a aldeia de Rebordochão, ambas na freguesia de Bornes de Aguiar, concelho de Vila Pouca de Aguiar, distrito de Vila Real. O convívio foi com gentes deste Portugal “distante” e “profundo” num fim de tarde calmo e ameno, onde tivemos oportunidade de ouvir os anseios, os desejos e as frustações de pessoas da nossa geração que, durante o lanche “ajantarado” onde se comeram “iguarias” e se beberam “néctares” dos perseguidos pela ASAE, por falta de embalagens e rótulos sofisticados, nos transmitiram muito dos saberes ancestrais, do bom senso e sabedoria de experiência feita que os pretensos “iluminados”, conjunturalmente alcandorados, por artes e manhas “inconfessáveis, aos “nichos” do poder capturado pelos interesses egoístas dos que tudo dispõem, determinam e mandam, em prejuízo da sociedade e dos cidadãos em geral, teimam em ignorar e, pior ainda menosprezar e ridicularizar. Enriquecemos os nossos conhecimentos, solidificámos as nossas convicções e mais conscientes ficámos da necessidade imperiosa de tentar reverter a actual situação que se vive neste país. Reversão favorável a todos, e não só a alguns, como tem sido a regra sempre que de superação de “Crises” se trata. E, já são muitas, em que as medidas (“receitas”) mais não fazem que salvaguardar os interesses de alguns, em prejuízo de todos os outros, não evitando novas crises, antes pelo contrário, induzindo todos as causas necessárias ao despoletar de outras, com a inovação de menor periodicidade entre cada uma delas. Não é disto que precisamos. Precisamos de combater a “CRISE” com medidas e actuações que, corrigindo a situação, permitam caminhar na senda do crescimento e desenvolvimento sustentados que de uma vez por todas deixem de ter por lema: “maximizar os lucros e criar valor para os accionistas”. Para passarem a ter por lema: “utilizar a natureza e o trabalho para satisfação das necessidades básicas do HOMEM”. Só assim, em nossa opinião, num mundo finito poderá haver justiça social, melhor qualidade de vida e um mundo menos desigual.

sexta-feira, 21 de maio de 2010

"Estórias da nossa vida"

Camarada e Amigo Alcindo,

Faz em Setembro próximo 48 anos em que nos encontrámos pela primeira vez (48 anos são uma vida!...). Desde então a nossa vida, apesar das ausências geográficas, tal como as dos outros “OC’s” , tem-se pautado por valores e práticas que, sérias, honesta e de “fina” ética, não são comparáveis, nem compagináveis com os valores e práticas das “legiões” partidárias, a que hoje assistimos. Tal como há 36 anos, em que muitos de nós sofrendo e arriscando, tentámos levar e devolver à prática da vida politica e social os valores em que acreditamos, continuamos a acreditar que eles continuam actuais e de valia para a vida dos cidadãos deste país. Não há que desesperar. Há que acreditar na bondade da inteligência e do crer humano. Assim, como há 36 anos, apesar de ser difícil a alteração da situação, cremos, e estamos convictos, de que é possível a alteração do “rumo”, “irmos para o caminho”, evitando “os escolhos” e fazendo bom uso dos “avisos à navegação” conseguirmos boas “singraduras” que nos conduzam e nos levem a “aterrar em bom porto”, para bem de cada um e de todos. Para bem da Humanidade. É difícil? Também, há 36 anos foi difícil a tentativa de devolver à prática da vida social e política os valores em que acreditamos e defendemos. Não terá sido, por culpas alheias e, também próprias, totalmente bem conseguida. Mas, apesar de tudo, alguma coisa mudou para bem. Ficou e perdurará, nos anais da história contemporânea deste nosso maltratado e martirizado país. Tenhamos a presença de espírito necessária e suficiente para, tal como há 36 anos em que a sociedade, e o país, já desesperava da situação amordaçante, castrante e bloqueadora do querer, dos anseios e dos interesses das gentes, acreditar convicta e determinadamente nas reais possibilidades para “corrigir o rumo” e “ir para o caminho”. Assim, sejamos capazes, cada um e todos em conjunto, de “planear a viagem”. Também, temos de ser capazes de adoptar, e levar à prática, correcções que se venham a mostrar recomendáveis durante a sua execução e cumprimento. Já que, antes de iniciada, ela é, só isso e nada mais, um planeamento (um “modelo”). E, como tal, por definição não desenha e reproduz exactamente a realidade. A“VIDA”. Camarada e Amigo, como tu, também, reconheço estarmos numa situação difícil e perigosa que, eventualmente, muitos de nós não imaginaríamos nos anos, de “chumbo” e sofrimento, das décadas de cinquenta, sessenta e setenta do século XX. O século passado, ainda há pouco chegado ao fim, mas que mercê das circunstâncias vividas no início deste século XXI, já nos parece de um tempo bastante longe. Admitimos e reconhecemos que, não teremos tido “o engenho e a arte” suficientes e necessários para evitar “os escolhos” e nem sempre termos tomado boa nota “dos avisos à navegação”, o que, eventualmente, não nos permitiu as correcções de “rumo” necessárias para “aterrarmos no porto” e condições planeadas quando do início da “viagem”. Apesar, disso, e por isso, continuamos convictos da mais-valia dos nossos valores, até porque são eles que nos permitem e determinam o assumirmos das nossas responsabilidades. Contrariando as práticas prevalecentes nas “legiões partidárias” que “andam por aí”, nos (des)governam e “governam-se”, conduzindo o país, e a vida dos seus cidadãos, para uma situação pouco cómoda e recomendável no concerto das Nações. E, que sem qualquer pudor e respeito pelos cidadãos, resolvem apresentar-se à presença do representante máximo da Nação, “de passagem”, já que nós, os homens, nos finamos e a Nação, em princípio, já que é esse o seu desígnio perdurará, chamando a atenção para a deplorável situação politica, económica e social, como se nunca tivessem passado pela (des)governança do país. Como se não tivessem qualquer responsabilidade na situação existente. Mais uma prova, se ainda fosse necessária, de que os nossos valores tentados devolver à prática da vida da sociedade há 36 anos, e em que continuamos a acreditar, não são os que perfilham e praticam os (des)governantes deste país. Nós e os nossos filhos tínhamos direito a uma sociedade mais justa, solidária, fraterna e menos desigual. Não o conseguimos no todo. Só em parte, porque apesar de tudo alguma coisa ficou, e aí está, inscrita nos anais da história contemporânea do país. Por muito que o queiram, e o façam, não o apagarão na totalidade. Para que os nossos netos não tenham uma sociedade e um país tão desigual como o actual, chegou o momento de, tal como há 36 anos, fazermos o necessário para a “correcção do rumo” e “irmos para o caminho”, entregando aos nossos filhos e netos um “plano de viagem” que, enriquecido com os ensinamentos decorrentes dos erros e inaptidões verificados durante a viagem planeada e iniciada há 36 anos, lhes permita evitar os “escolhos”, estarem atentos “aos avisos à navegação” e “aterrarem em bom porto”. Ou, será o mais certo, manterem sempre um “rumo” certo com “singraduras” consistentes e pujantes, já que o desígnio do Homem será a luta constante e eterna na procura de uma vida melhor, mais fraterna, solidária e menos desigual. Camarada e Amigo, vamos a isso, já que da troca de ideias, opiniões e sugestões é que podem sair “rumos” que obriguem os homens, eventualmente, ao leme a terem de ir obrigatoriamente para “o caminho”. Aproveito a oportunidade que me deste com o teu “desabafo”, para “de modo provocatório” incitar todos os “OC’s” a entrarem na onda. Até sempre. Um Abraço.

Um sonho ao meio dia de uma sexta-feira

Na minha qualidade de reformado estou a assistir ao debate no Parlamento sobre a moção de censura apresentada pelo PC. Estes tipos da direita à esquerda das bancadas estão a gozar connosco e ainda por cima são inimputáveis!
De repente fechei os olhos e surgiu-me a nossa imagem quando jovens naqueles granéis monumentais em que desfazíamos algumas das camaratas.
E sonhei entrar por aquele hemiciclo e partir tudo à vassourada!

quinta-feira, 20 de maio de 2010

"Estórias da nossa vida"

A CRISE. Persiste!...


"La guerra de Irak es nuestro Vietnam financiero"

ENTREVISTA: Loretta Napoleoni, economista y ensayista


MARIANGELA PAONE - Madrid - 20/05/2010


terça-feira, 18 de maio de 2010

"Estórias da nossa vida"

A CRISE. Persiste!...

A crise económica global. A Grande Depressão do século XXI


Sugestão: Roberto Correia Matos

por Michel Chossudovsky [*] e Andrew Gavin Marshall [**]

O texto que se segue é o prefácio de The Global Economic Crisis. The Great Depression of the XXI Century, de Michel Chossudovsky e Andrew Gavin Marshall (Editores), Montreal, Global Research, 2010, 416 pgs., ISBN 978-0-9737147-3-9, a ser lançado no fim de Maio.

http://pbrasil.wordpress.com/2010/05/10/a-crise-economica-global-a-grande-depressao-do-seculo-xxi/

"Estórias da nossa vida"

A CRISE. Persiste!...

O que não dizem sobre a crise financeira (DE ALGUNS):

SUMÁRIO –

A atual crise financeira tem provocado ansiedades, medos, perdas, desemprego, e muita, muita conversa de doutores explicando a crise que passou. Todos comprometidos em esconder ou ignorar as enormes emissões de dólares feitas pelo FED pouco antes dos anúncios e efeitos percebidos da crise. Cansado de ouvir falsos caminhos procurei investigar as reais causas que poderiam causar a quebra de tantas organizações e o desemprego de milhares de inocentes. A resultante foi este texto onde se afirmam mais uma vez a falsidade das teorias econômicas e as fantasias construídas por seus defensores e profissionais. A questão maior não foi respondida – não importa que o governo Obama faça uma cópia tamanho gigante das mesmas medidas tomadas por Eisenhower e por Kennedy nas suas crises. O que necessitamos saber é o que devemos fazer para evitar outras. Sabemos que as crises são inerentes a este modelo de capitalismo. Haverá algum governo com coragem e vontade suficientes para afrontar o poder financeiro manipulador das crises e deixar a economia produzir os bens necessários.

Cansado de ouvir as inverdades explicadas por economistas sobre a crise financeira, fui buscar outras fontes na história e isto gerou este texto.

Adm. Graccho Maciel

http://br.monografias.com/trabalhos3/nao-dicen-crise-financeira/nao-dicen-crise-financeira.shtml

segunda-feira, 17 de maio de 2010

Postal de Goa (XXVI)

O CANHÃO DE BENASTARIM

A zona ocidental da cidade de Pangim, que se desenvolve ao longo da marginal que acompanha o rio Mandovi até à sua foz no mar Arábico, é conhecida por Campal ou Campal de D. Manuel.
No Campal, à beira da avenida, encontra-se a peça ou canhão de Benastarim, que é um troféu de guerra mas que, sobretudo, é uma notável obra de arte.

O canhão de Benastarim, vendo-se ao fundo a estátua do Dr. Francisco Luís Gomes

Afonso de Albuquerque tomou definitivamente Goa em 25 de Novembro de 1510, mas alguns meses depois seguiu para Malaca que veio a conquistar em 1511.
Aproveitando a sua ausência de Goa, as tropas de Adil-Khan quiseram retomar a cidade e invadiram a ilha de Goa, tendo ocupado o forte de Benastarim, situado no extremo oriental da cidade.
Quando regressou de Malaca, o governador tomou a iniciativa de retomar o forte, o que conseguiu no dia 2 de Abril de 1512, tendo-o então baptizado com o nome de Fortaleza de S. Thiago.
O forte era guarnecido por várias peças de artilharia e, entre elas, encontrava-se um grande pedreiro “de 16 1/2 palmos de comprimento e de 14 polegadas e 3 linhas de calibre, construído de barras de ferro, da espessura de uma polegada, abraçadas por fachas de bronze”. A enorme peça de origem muçulmana lá permaneceu durante muitos anos, enquanto o forte de S. Thiago veio a ser abandonado.
Através de uma carta régia, em 1774 o Marquês de Pombal deu importantes instruções para o Estado da Índia no sentido de reorganizar a sua administração, o seu comércio e a sua defesa militar.
Em relação à defesa militar, o governador da Índia foi instruído com bastante pormenor, tendo-lhe sido referido que na fortaleza de S. Thiago havia 16 peças e “uma delas do género de canhão de disforme grandeza”.
Só em 1839, o 87º governador da Índia, Manuel José Mendes, Barão de Candal, decidiu que esse canhão – o canhão de Benastarim ou Mourisca - fosse removido dos escombros do baluarte onde estava na fortaleza de S. Thiago, para as instalações do Arsenal da Marinha em Velha Goa.



O Arsenal da Marinha foi formalmente extinto em 1856 e passou a chamar-se Arsenal do Exército, mas só sobreviveu até 1871.
Em data que se desconhece, o canhão de Benastarim foi colocado no Campal, na zona ocidental da cidade de Pangim, em espaço ajardinado.
No Museu Militar de Lisboa existem várias peças de artilharia de grande dimensão, designadas por espalhafatos, que foram fundidas em Goa no século XVI e que lançavam pelouros de mais de 100 kilos.
No entanto, desconhece-se porque razão o canhão de Benastarim nunca foi enviado para Lisboa, mas seguramente que foi por ser “um canhão de disforme grandeza”, como a ele se referiu o Marquês de Pombal nas suas Instrucções de 10 de Fevereiro de 1774.

domingo, 16 de maio de 2010

Publicidade?

Visto, com surpresa, num cartaz publicitário. Brincando com a morte e com a dor. Despudor? Mau gosto? Já vale tudo?

sexta-feira, 14 de maio de 2010

De veludo...

Mais uma vez o cargo de Director-Geral da Política de Defesa Nacional é preenchido por um dipomata, na senda de uma tendência que se afirmou nos últimos anos de colocar diplomatas fora do seu Ministério. Assim, temos visto estes senhores em lugares de Direcção- Geral e Sub-direcção- Geral, Secretaria de Estado e Chefes de Serviços de Informações, sempre com os brilhantes resultados que conhecemos. Desta vez o nomeado é Conselheiro de Embaixada, o que pode significar que a importância dada ao cargo é cada vez menor, ou, talvez, que arranjaram uma sinecura para um boy ir ganhar como director-geral. Não consta que algum diplomata tenha ocupado um lugar de indio no MDN, nem que um militar tenha sido director-geral no MNE. Ou será que Luís Amado, ex-MDN, encontrou aqui maneira de resolver os seus problemas de gestão de pessoal?

domingo, 9 de maio de 2010

Dia da Victória




Pela primeira vez tropas ocidentais desfilaram na Praça Vermelha no dia da celebração da Victória na Europa. Impensável há pouco tempo, ainda cria anticorpos em muitos saudosistas da União Soviética e veteranos da guerra.

Postal de Goa (XXV)

AS MANSÕES GOESAS


Um dos aspectos materiais mais eloquentes da influência cultural portuguesa em Goa são algumas centenas de mansões ou casas senhoriais ou palácios, muitas delas edificadas no século XIX ou mesmo desde há dois ou três séculos.
No século XVI o Estado da Índia não era um espaço geograficamente definido, mas um conjunto de territórios litorais dispersos, de fortalezas e feitorias, de pessoas e interesses, que se estendiam desde o cabo da Boa Esperança até ao Japão. Por vezes, diz-se que era uma entidade sem território e sem administração, que tinha por capital o convés de uma nau e que era dirigida por um Vice-Rei.
Um século depois da chegada dos portugueses à Índia a situação alterara-se. Goa era uma das maiores cidades da Ásia e nela convergia o importante comércio do Índico. Atraidos pela prosperidade que era proporcionada pelos altos cargos públicos e pela governança das dezenas de estabelecimentos localizados nas orlas marítimas, muitos fidalgos portugueses deixaram o Reino e partiram com destino à Goa Dourada. Levaram consigo novos modos de vida e novas necessidades. Estabeleceram-se e muitos não regressaram. As suas residências passaram a ser um símbolo de um estatuto social elevado e a constituir um sinal de prosperidade e de exibicionismo. Nasciam as grandes mansões goesas.
Depois das arquitecturas militar e religiosa, desenvolvia-se uma arquitectura civil para satisfazer a necessidade de afirmação dessa fidalguia, a qual foi transmitida às camadas superiores da sociedade local, sobretudo a partir de meados do século XVIII.
No século XIX, quando o Estado Português da Índia viveu períodos de grande dinamismo intelectual e de grande prosperidade económica, a sociedade goesa afirmou-se com grande vitalidade.
Diversificados factores explicam essa evolução, mas seguramente que as reformas pombalinas e o estabelecimento do regime liberal estão na primeira linha da mudança, para além de outros aspectos, como o comércio com Macau e com os outros teritórios ultramarinos, incluindo o Brasil.
As centenárias mansões já existentes ou então construídas reflectem essa prosperidade e constituem a chamada arquitectura indo-portuguesa, ainda hoje impressionando pela sua dignidade, luxo e elegância. Os especialistas designam-nas por Palácios de Goa (Helder Carita, Quetzal Editores, Lisboa, 1995) e por Houses of Goa (Gerard da Cunha, Architecture Autonomous, Goa, 1999).
De acordo com estes especialistas, essas casas agregam elementos funcionais e decorativos de origens diversas, sobretudo portugueses e indianos – os grandes salões, escadarias, balcões, varandas, portas, pilares, colunas, capitéis, entre outros elementos figurativos de diferentes influências.
No entanto, serão as varandas e as janelas os elementos que mais tipificam as mansões goesas, com a multiplicidade das suas formas e elementos decorativos.
Na realidade, as janelas são, porventura, o elemento que mais directamente estabelece uma relação de intimidade entre a casa e o seu ambiente exterior, assumindo formas muito diversas. Muito atraentes e muito coloridas, as janelas são armadas numa grelha de madeira preenchida por carepas (placas de ostra) que são colocadas em escama e que substituem o vidro que antigamente não existia. Esta solução permitia uma luminosidade suave no interior das casas e a circulação do ar, o que era muito importante num clima muito quente e muito húmido.
Actualmente, as mansões goesas são um símbolo identitário, mas também uma expressão da interpenetração cultural entre Portugal e Goa, pela via da arquitectura civil. Contudo, a sua manutenção é um encargo cada vez mais difícil de suportar para os seus proprietários, muitas vezes ausentes de Goa. Daí que, enquanto algumas casas resistem e continuam a estar nas mãos da mesma família desde há muitas gerações, outras estão a degradar-se e a caminhar para a ruina, devido ao abandono e à acção conjugada do calor, das chuvas e da invasão da floresta.
Uma terceira via está agora a consolidar-se em relação a este património, quer através de modalidades de turismo de habitação, quer através da venda de muitas destas “portuguese houses” aos milionários indianos que, cada vez mais, elegeram Goa como a sua Europa ou a sua Riviera Francesa.

quinta-feira, 6 de maio de 2010

Directivas Ministeriais

Foram publicadas no D.R. 2ªsérie n.º86 de 4 de Maio duas directivas ministeriais que merecem ser lidas, apesar de muito extensas. Como sempre no nosso país, são um exercício académico em que o mundo é analisado e Portugal está no centro, diminuindo de ímpeto à medida que se aproximam as concretizações. A primeira, dita de Defesa 2010-2013, mais do que uma directiva é uma política de defesa. Relevo a intenção de fazer coincidir os ciclos de planeamento nacional com os da NATO e UE (onde é que já ouvi isto?), que agora são de quatro anos. Claro que acaba tudo na LPM, como de costume, e vai o planeamento todo para as urtigas.
A segunda directiva, chamada de Implementação da Reforma, manda pôr em execução várias coisas, na sequência da nova LOBOFA. Cito algumas:
A criação de uma Autoridade Aeronautica Nacional (bem falta faz).
A implementação do Hospital das FA.
A extinção da Manutenção Militar e das OGFE.
Juntar os comandos operacionais dos ramos em Monsanto (comandos de componente segundo a nova terminologia saloia).
Estudar a saida do Ministério daquele edifício (uma boa medida).
A partir de agora o MDN pode descansar; já produziu mais do que muitos ministros.