Estávamos atracados em Brooklin, acabadinhos
de chegar.
Já depois de jantar, começámos a ouvir uns
sons estranhos lá para os lados da tolda. Denunciavam vozes em alvoroço, misto
de algazarra e de ordens e contraordens.
Estando de serviço, fui com o cabo de quarto
ver o que se passava.
O que tinha acontecido? Um negro, de quem se
comprovou depois a bebedeira, tinha caído à água e esbracejava ao mesmo tempo
que emitia aflito uns sons imperceptíveis mas bem fornecidos de decibéis.
Já se tinham juntado uns tantos outros no
cais, porventura compinchas no mesmo estado do actor principal, que davam as
sugestões salvadoras mais desencontradas e igualmente bem audíveis.
Mas já tinham atirado à água um cabo, tinham
conseguido laçar o candidato a náufrago a dois metros do cais e preparavam-se
para começar a içá-lo, estranhamente sob os protestos do mesmo.
O que tinha acontecido é que tinham apanhado
o homem pelo pescoço a assim o tentavam trazer a salvo.
Se bem me lembro, alguém da Sagres atirou-se
à água e mudou o ponto de esforço do salvamento do homem do pescoço para o
tronco e ele salvou-se.
Foi provavelmente este o primeiro acto
humanitário da Sagres em terras do Tio Sam, lamentavelmente escapado a qualquer
caixa jornalística.