Mar nosso
Publicou o Diário de Notícias um suplemento com o título em epígrafe, na passada segunda-feira 30 de Abril, onde se desenvolvia toda a problemática relativa à nautica de recreio, actividades subaquáticas, pesca, etc. Dá conta de uma coisa que já é por demais evidente para quem anda no mar, faz desportos nauticos ou, simplesmente, vai à praia, que é o desajustamento entre a legislação e a realidade prática. Nunca houve tanta legislação e, ao mesmo tempo, tanta revolta contra ela. Desde a chamada pesca lúdica até à proibição de navegar e fundear no Parque Natural da Arrábida, parece que o fito principal do legislador foi aborrecer e afastar a população de qualquer actividade relacionada com o mar. Ter uma embarcação é hoje um problema complicado, praticar as várias modalidades desportivas sem estar sujeito ao assédio das autoridades marítimas é impossível. No meio desta teia que nos envolve (aos que usam o mar) quem vem dar a cara pela lei é a Polícia Marítima, que já não é o pachorrento Cabo do Mar que nos chateava por causa do fato de banho, mas sim uns cavalheiros vestidos de Rambo de pistola no coldre amarrado à perna e com todos os tiques de policial doutor. Não queiram saber a complicação que é explicar a um P.M. que um barco à vela só vai para onde pode e não para onde se quer, ou que fazer windsurf a trezentos metros da praia é suicídio!
Temos, enfim, uma situação em que o distanciamento entre a realidade e a lei cada vez incomoda mais e contraria o que devia ser o fomento do usufruto do mar num são equilibrio entre a segurança, a ecologia, a exploração dos recursos e o lazer. Pagar licença para pescar um besugo na ponta do molhe (que também é interdito) só serve mesmo para irritar o cidadão.
3 comentários:
Eu tenho uma doutrina.
A apetência dos civis, e não só, pelas coisas marítimas foi sempre desmesurada por desconhecimento de causa, inveja e mesquinhez.
Assim quando puderam tomaram conta e como não sabiam, não perguntaram e legislaram com a habitual incompetência dos pequenos e maus.
A partir daí foi o fartar vilanagem que pudmos presenciar.
Estou certo ou estou pouco certo?
Estás certo, mas não só! Infelizmente há, na Marinha, especialistas em dar tiros nos pés!
Um abraço.
Isto terá alguma relação com a ignorância sobre os ATP's?
Comentar esta onda