Há cerca de 30 anos, o nosso
saudoso Camarada e Amigo Ernâni Rodrigues Lopes conseguiu, com a cumplicidade
de dois Senhores da política – Senhor Mário Soares e Senhor Mota Pinto – e com a participação
do FMI, colocar Portugal nos carris da União Europeia.
De então para cá,
conseguiram os partidos do “centrão”, com o apoio sempre que necessário ou
conveniente da muleta democrata-cristã (intitulando-se os três, orgulhosamente,
de “partidos do arco governativo”), colocar este país no estado confrangedor em
que se encontra actualmente.
Inacreditavelmente, neste
período de bancarrota, os tais “partidos do arco governativo” (especialmente os
do “centrão”), em vez de cooperarem com o objectivo de evitarem a sua
consumação, recusam o diálogo construtivo e acusam-se mutuamente do estado a
que chegamos (como se a responsabilidade não fosse exclusivamente deles).
Eu reconheço que a culpa é
minha porque ao longo destes trinta anos tenho votado, conscienciosamente,
neles. Faço aqui o meu acto de contrição e prometo solenemente emendar-me e nunca
mais lhes dar o meu voto.
Como diria um camarada
nosso, a presente actuação dos partidos do “centrão” “seria ridícula se não
fosse trágica”.
Jorge Beirão Reis escreve de
acordo com a antiga ortografia.
