quinta-feira, 5 de março de 2009

Resultados de 2008

Cá volto ao meu "assunto de estimação"....
Como devem ter escutado e lido os resultados de 2008 das empresas Galp e EDP forma substancialmente superiore aos do anos anterior. Magnífico,ouvi eu, as empresas estavam em contra-ciclo em relação á economia portuguesa!Estupendo dizem os respectivos presidentes dos CA!
Mas depois de tanta alegria verifico que estes lucros são feitos à custa das vendas às empresas e cidadãos do nosso País a quem se tem pedido toda a sorte de sacrifícios. Ou seja em tempo de crise a Galp e a EDP estão dispensadas e podem "engordar" à custa daqueles que pagam a crise. Então não é verdade que a energia é o factor de produção bastante significativo nas nossa empresas e no orçamento familiar (transportes colectivos e individuais). E verifico que o Governo e partidos (à excepção do PCP) acham bem pois o ministro das Finanças, tão lesto a chamar a atenção de que o cidadão não pode ficar a dever um euro ao fisco, está calado (pode ser que seja do cançaso de ter ido à Cimeira em lugar do 1º Ministro) que nem um ratito. Se tiveram lucros desta dimensão quer dizer que poderiam ter colocado a energia mais barato ao consumidor e assim minorar um pouco a crise.
Isto de ser mal enganado não é nada adequado para a minha idade. E para a vossa?

Revista de Marinha


A velha Revista de Marinha é, a partir da início do corrente ano, propriedade do nosso camarada Henrique Alexandre da Fonseca. Os dois números saídos sob sua responsabilidade revelam uma nova dinâmica e oferecem uma leitura muito interessante. À venda nas bancas.

quarta-feira, 4 de março de 2009

Guiné-Bissau

De uma comissão ficou-me o amor pelo País.
Transcrevo uma análise hoje produzida que resume tudo o que lá aconteceu e onde poderemos inferir o que poderá acontecer.
Nino Vieira foi o melhor guerrilheiro do PAIGC, o que não invalida nem desculpa tudo o resto que foi.
Mas a vida ainda é assim no pais das matas impenetráveis, das bolanhas pegajosas e dos rios e tarrafo sem fim.
Os tratos da Guiné
Logo em Novembro de 1980, quando Nino Vieira derrubou Luís Cabral, a Guiné-Bissau perdeu qualquer hipótese de estabilidade. Consumada a ruptura entre os dirigentes de origem cabo-verdiana e os líderes guineenses o novo estado ficou ainda mais dependente dos interesses dos vizinhos Senegal e Guiné-Conacry.
Os conflitos étnicos que extravasam as fronteiras coloniais, recrudesceram e, sem quadros nem projectos, a Guiné-Bissau afundou-se ainda mais na miséria e nas rivalidades de uns quantos homens de armas na mão.
Nos últimos anos um Estado sem lei tornou-se presa fácil dos traficantes latino-americanos que transformaram a Guiné-Bissau numa placa giratória do tráfico de cocaína para a Europa.
A entrada em força do dinheiro do narcotráfico num dos países mais pobres do mundo subverteu o que ainda restava das estruturas administrativas e corrompeu sem remédio as forças armadas e a polícia. As desavenças pelo controlo das escassas receitas que o caju, o marisco ou arroz proporcionavam, os confrontos pelo lucros de contrabandos e tratos diversos, passaram a assumir um cunho ainda mais virulento.
As tradicionais rivalidades entre as etnias da Guiné tiveram nos últimos meses o seu paroxismo no confronto armado entre os homens fiéis a Nino Vieira e outros que juravam pelo chefe do estado-maior Tagme Na Waie.
Não por acaso eram balantas quem apoiava o homem-forte do exército, enquanto as gentes da minoritária etnia papel se mantinham ao lado de Nino.
Em Novembro Na Waie tentou matar Nino e falhou. Em Janeiro foi a vez de Nino falhar um ataque a Na Waie. No domingo alguém próximo do presidente matou à bomba Na Waie e em retaliação tropas balantas acabaram com Nino à bala e à catanada.
O mata-mata entrara, aliás, nos lances finais logo em Dezembro, quando Nino perdeu o seu protector de sempre, o presidente eterno de Conacry, Lansana Conté.
A partir de agora a Guiné-Bissau poderá ou não cair outra vez numa guerra civil em larga escala como aconteceu em 1998. Com o Senegal e o conflito de Casamansa em fundo e tráfico de armas pelo meio, o brigadeiro Assumane Mané tentou, então, aniquilar Nino e o presidente partiu para o exílio.
Mané acabou morto dois anos depois noutro confronto com o presidente Kumba Yalá, mas um dos homens que esteve a seu lado contra Nino, Na Waie precisamente, continuou à frente das tropas, maioritariamente balantas.
Era fatal que, cedo ou tarde, Nino matasse Na Waie, tal como abatera em 1986 outro general balanta, Paulo Correia. Nestes enredos ninguém esquece quem mata e dá a matar.
Ou, então, era de esperar que Na Waie matasse Nino.
Acabaram por morrer os dois.
Agora, é possível que tudo continue a apodrecer e meia dúzia de homens fortes repartam o poder por uns tempos. É crível que a miséria de milhão e meio de guineenses seja insanável num futuro próximo.
Tudo é possível no meio da desordem, mas certo e seguro é que num estado falhado como a Guiné-Bissau só uma forte presença militar e policial estrangeira que comece por conter o tráfico de droga possa vir a dar alguma credibilidade a qualquer esforço de estabilização.
Mas é melhor não contar muito com isso.
Os tratos da Guiné sempre foram uma coisa brutal.

terça-feira, 3 de março de 2009

O "Meu" Club

Dia 6 , ou até lá , vou ao meu, ao nosso , Club votar , para renovar os Corpos sociais para o biénio que se segue. Lembro-me que faz já algum tempo redigi e subscrevi , com outros camaradas , uma proposta para que os mandatos da Direcção passassem de 1 para 2 anos. Não ganhei logo nesse ano , mas o futuro veio dar-me razão.
Desta vez , e felizmente , apresentam-se 2 listas e , por isso , não haverá desculpa para a abstenção.
Eu quero viver o meu Club , quero lá ir almoçar , jantar , lanchar ou beber um copo e encontrar a minha gente , gente de Marinha , que conheci ou ouvi falar ou quero conhecer de novo. Quero conversar com os Oficiais mais novos e saber como vai e como é a nova Armada , os novos navios , os helicópteros , conhecer Oficiais femininas, que não tive o prazer de ver no meu tempo, encontrar-me com os meus antigos Professores e Comandantes ou com outros mais antigos que me recordem a vida. Quero lembrar a minha juventude e amaciar a minha velhice.
Mas eu quero ter o meu Club , e não uma messe. Messes há várias , das Forças Armadas , Club há o nosso , o militar e naval , com sócios , que pagam as suas quotas (embora pouco) e querem ali jogar a sua cartada , ver o seu futebol , ler o seu jornal ou consultar , ouvindo musica leve , a sua biblioteca. Fumar o meu charuto ou cachimbada e falando alto com o Amigo ao lado , sabendo que quem mais ouve é também nosso , é sócio , é Oficial de Marinha.
Sou sócio , há longos anos , para confraternizar. Pouco me importa , com franqueza , se tenho descontos na Ford ou na Loja das Meias, porque para isso existem as associações de que também faço parte ,mas só no Club , no meu Club , posso encontrar a minha saudade , a minha recordação , a minha vida.E também não fico obcecado se o restaurante ou o Bar estão cheios ou não, porque disso sobreviveremos. Calma, há outras formas , outras maneiras ,outros discursos.
E , por isso , lá estarei a votar.
E vou votar na lista de frequentadores do Club , de gente que sei que lá encontrarei vários dias na semana , e que conheçam o dia a dia , a jorna , o hábito.
E vou votar na lista onde encontre , também , Camaradas mais disponíveis , na Reserva ou Reforma e , a maioria , do activo , mas um de cada classe , o que me garante o sucesso de um esforço de angariação de mais sócios.
Eu vou votar na lista que apresenta na Mesa da Assembleia Geral nomes de grande prestígio , na Armada e na Sociedade civil, e que garantem , com a sua experiencia, que a serenidade reinará e com os seus conhecimentos pessoais trarão ás nossas salas relevantes figuras da nossa Cultura , Política e Forças Armadas , de forma a que possamos sentir , como no Club de antigamente, que poderemos acompanhar o progresso.
Eu vou votar na lista que se apresenta com um Presidente para a Direcção com uma capacidade intelectual acima da média , uma tolerância conhecida e uma vida , baseada em valores aprendidos e apreendidos, de grande diversidade , de muitos teatros , de outros Países e regiões e que terá para o ajudar Homens de vontade , expressa no mar , na guerra , na ciencia , e que alguns eu conheço bem , sou Amigo e me merecem o respeito e a confiança e a certeza.
Eu vou votar , assim , no meu Club e na lista B, esperando uma folgada vitória.
Mas se isso não acontecer , paciência. Continuarei a frequentar como até agora , e quase diáriamente as nossas salas e a tentar, com sujestões positivas que melhore o melhorável ou que acabe o acabável, já sabendo que , quer ganhe uma quer outra lista o "nosso" Tenente Gurriana continuará , com a sua mestria , a dirigir o pessoal e o abastecimento e o comestivel , que tanto nos apraz.
Mas se isso acontecer , a candidatura da lista B já concedeu vultosos méritos , o que está visivel na apresentação das candidaturas e dos programas , no aparecimento de 2 listas , no interesse na angariação de novos associados , na recomendação para que se procure uma forma de os Oficiais que passam à situação de Reforma não deixem , pelo menos tão facilmente , o nosso convívio.
E , se isso acontecer , i.e. perder , lá estará , atenta para, civilizadamente , fazer uma super construtiva oposição , ou antes , acompanhamento , para melhora de todos nós.
YES , Eu voto B

Lisboa, Martim Moniz

Com a devida vénia ao SORUMBÁTICO


A Alta Entidade

Nos últimos anos introduziu-se no léxico militar, via Exército, o termo Alta Entidade (AE). Não confundir com auto-estrada. Em todos os programas de festa, cerimónia e pincel aparece a hora de chegada da AE, a guarda de honra à AE, os cumprimentos à AE, etc. Alta Entidade foi a forma que alguma cabecinha priveligiada encontrou para designar, em abstrato, a personagem que preside ao evento, omitindo-se dos programas a identificação da mesma. Isto pode ser prático, mas é ridículo porque se presta sempre a umas graçolas soezes na assistência, pois, em geral , a entidade não é alta, nem em estatura nem em prestígio. Mesmo que o fosse, o estilo pomposo e anacrónico só o menorizaria. Mas enfim, é o mundo conjunto em que agora vivemos. Esperemos que uma verdadeira alta entidade dê um murro na mesa e mande acabar com o despautério.

segunda-feira, 2 de março de 2009

Nino Vieira

Nino Vieira morreu hoje. Segundo as notícias foi assassinado por militares. Conheci-o pessoalmente durante uma deslocação em serviço à RGB em Junho de 1995. Deixou-me boa impressão apesar do aparato da segurança pessoal dele que nomeadamente dizia-me onde e quando me devia sentar na sala onde nos encontrávamos. No jantar que nos foi oferecido fiquei sentado junto da sua mulher que parece também ter sido assassinada hoje. Madame Nino Vieira só bebia champanhe francês, enquanto os restantes convidados bebiam um tinto muito rasca.
Como comentário sempre achei esquisito o facto de depois de ter sido corrido por um golpe de Estado querer voltar para ser de novo Presidente da RGB. Ao que soube os apoios do "nosso major" de Gondomar durante a estadia em Portugal esfumaram-se.

Por último na RGB quem "chateia" e se mete com os militares pode ter este fim.

quinta-feira, 26 de fevereiro de 2009

Torreão deslizante

Não vá ele introduzir-se no túnel do Metro...
Para quem não viu, e com a devida vénia ao Expresso, aqui vão os planos da obra.

Bananas

Por João Paulo Guerra no Diário Económico de 26/02/2006

Ora aqui temos um conjunto de itens para uma cabal, actual e completa definição de República de Bananas.

República de Bananas será aquela em que o espírito da denúncia e do denunciante se insinuam, sentem força para agir, agem e encontram eco nos poderes constituídos, fazendo dos bufos e equiparados uma casta com poderes e privilégios.

República de Bananas será depois aquela em que qualquer cabo de esquadra tem autoridade para se graduar a si próprio em intérprete e executante da lei, inspector da polícia do pensamento e zelador dos costumes. E pode proceder como tal, apreendendo aquilo que na tacanha mentalidade dos denunciantes, ou do próprio cabo de esquadra, perturbe a ordem, ofenda a moral, desafie a parolice reinante.

República de Bananas é igualmente aquela em que um burocrata tem poder para decidir que, tanto pode ser proibido dizer uma piada, como pode ser obrigatório participar num corso carnavalesco.

República de Bananas será também aquela em que qualquer empreendimento empresarial merece, da parte do poder político como também das agências estatais especializadas, a aplicação da magnânima regra da excepção às regras gerais do ambiente, pois o dinheiro justifica tudo e mais alguma coisa.

República de Bananas será ainda aquela em que o carácter tortuoso e labiríntico das leis faz que, na prática, o crime económico em geral e a corrupção em particular compensem. Pois não só são escassíssimas as probabilidades de inquirir e provar um crime de colarinho branco, como as atenuantes e a graduação das penas constituem uma caricatura de justiça mas uma boa aplicação em detergente para lavar um colarinho sujo.

Querem exemplos? Basta ler os jornais nas páginas do noticiário nacional.

domingo, 22 de fevereiro de 2009

MARECHAL ANTÓNIO DE SPINOLA


Decorreram escassos trinta e cinco anos desde que publicou "PORTUGAL E O FUTURO", 22 de Fevereiro de 1974. Ainda bem que não era bruxo senão tinha editado qualquer coisa sobre hipismo!

sábado, 21 de fevereiro de 2009

Faróis de Portugal

Para recordarem os velhos tempos em que andavam a tomar-lhes o azimute, vejam esta infografia que aqui deixo com a devida vénia ao “Expresso.pt”.

CARNAVAL


É Carnaval. Descansemos.

terça-feira, 17 de fevereiro de 2009

Efemérides

Estrato da Wikipédia:

Nasceu no bairro da Ajuda e ingressou, aos 17 anos, na Marinha .
Distinguiu-se como cartógrafo, a partir de
1898 quando de sua primeira comissão em Timor. Até 1920 levantou e cartografou não apenas aquele território mas também o de São Tomé e Príncipe, o de Angola e o de Moçambique.
Respondeu pela delimitação definitiva da
fronteira entre Angola e o Zaire. No decurso destes trabalhos fez a pé a travessia da África, onde conheceu Sacadura Cabral.
Este incentivou-o a dedicar-se ao problema da navegação aérea, o que levou ao desenvolvimento do
sextante de bolha artificial, posteriormente comercializado pela empresa alemã Plath com o nome "Sistema Gago Coutinho"[.
Juntos inventaram ainda um "corretor de rumos" (o "plaqué de abatimento") para compensar o desvio causado pelo
vento. Para testar essas ferramentas de navegação aérea, realizaram em 1921 a travessia aérea Lisboa-Funchal.
Assim preparados, em
1922, no contexto das comemorações do centenário da Independência do Brasil, realizaram a primeira travessia aérea do Atlântico Sul.
Em
1954 a TAP convidou-o para um vôo experimental ao Rio de Janeiro num DC-4, antecipando a futura linha regular que se estabeleceria em 1961.
A partir de
1925 dedicou-se à História Náutica, tendo desenvolvido vasta obra de investigação científica, publicando significativa variedade de trabalhos geográficos e históricos, principalmente acerca das navegações portuguesas, como, por exemplo, "O Roteiro da Viagem de Vasco da Gama" e a sua versão de "Os Lusíadas". Vários de seus trabalhos encontram-se compilados na "Náutica dos Descobrimentos".
Como reconhecimento de sua obra, foi nomeado director honorário da
Academia Naval Portuguesa em 1926, e distinguido como piloto aviador. Retirou-se da vida militar em 1939.
Pertenceu ao
Grande Oriente Lusitano da Maçonaria Portuguesa.

Sorte e asneira


Tanto o MDN de França como o do Reino Unido foram muito lacónicos nos comunicados sobre o acidente que envolveu os submarinos Vanguard e Le Tiomphant. Não admira, dado tratar-se de meios estratégicos nucleares, e a imprensa dos dois países não vai mais longe, especulando apenas sobre o silêncio dos submarinos, dificuldades de detecção e nada mais. Ora o que tem que ser perguntado é o que fazem dois submarinos em imersão na mesma área, ainda por cima em missões separadas. Esta é uma situação teoricamente impossível, excepto se fossem submarinos de ataque em situações especiais, como seja em operações de apoio. Não se tratando disso e sabendo que gestão do espaço marítimo é muito rigorosa, feita com antecedência e com conhecimento de todos os interessados, põem-se interrogações várias: O SUBOPAUTH sabia da existência de um submarino francês na área? Os francêses fazem patrulhas submarinas sem comunicarem à autoridade coordenadora? A França não fazer parte da estrutura militar da NATO terá algo a ver com isto?

Podemos ainda especular que a nova estrutura de comando da NATO eliminou comandos de área ou que a mania dos comandos conjuntos fez desaparecer competências que eram, no passado, do mais alto nível. Uma coisa me parece certa, é que a culpa não foi dos pobres dos submarinistas que desta vez se safaram de um triste fim. E, a propósito, o facto de os submarinos não se terem detectado um ao outro não é um defeito, pelo contrário, revela alta qualidade da tecnologia usada na construção naval para a eliminação de ruidos.

Coisas da Sorte



Abalroaram em imersão mas o Neptuno não estava com apetite e lá se safaram.

Sem ver, aposto que foi culpa do francês!