terça-feira, 13 de março de 2012

Almoço OC (13Março2012)

Hoje tivemos mais uma animada sessão gastronómica tendo-se verificado, talvez por estarmos no ano do cinquentenário, uma afluência acima do normal (28 presenças, pelas minhas contas).

O almoço foi precedido por uma reunião relativa à organização das comemorações dos 50 anos. Aqui podemos ver a "penicagem" a trabalhar, depois a mesa um pouco mais alargada e ainda dois atentos espectadores.

Seguiu-se a almoçarada propriamente dita.



Finalmente, após a debandada , houve um grupo que, aliciado pelo MPM, ainda deu uma voltinha pela Baixa onde foi brindado com alguns acordes musicais ... de Mozart (este senhor, infelizmente, não esteve presente durante o almoço).

Nota: As imagens podem ser ampliadas. Basta "clicar" sobre elas.

Sentir-se jovem - Juca Chaves

Agora que estamos menos jovens...



segunda-feira, 12 de março de 2012

Noruega.


Na Noruega, o horário de trabalho começa cedo (às 8 horas) e acaba cedo (às 15.30). As mães e os pais noruegueses têm uma parte significativa dos seus dias para serem pais, para proporcionar aos filhos algo mais do que um serão de televisão ou videojogos. Têm um ano de licença de maternidade e nunca ouviram falar de despedimentos por gravidez.

 A riqueza que produzem nos seus trabalhos garante-lhes o maior nível salarial da Europa. Que é também, desculpem-me os menos sensíveis ao argumento, o mais igualitário. Apesar de serem produtores de petróleo, só extraem anualmente quantidades mínimas para compensar alguns custos sociais, tendo a preocupação estratégica de preservar as suas reservas de petróleo para que a muito longo prazo as gerações futuras também dele possam vir a beneficiar.

Todos descontam um IRS limpo e transparente que não é depois desbaratado em rotundas e estatuária kitsh, nem em auto-estradas (só têm 200 quilómetros dessas «alavancas de progresso»), nem em Expos "da especulação imobiliária" mas deficitária para o Estado, nem Euros-futebolisticos .


É tempo de os empresários e os portugueses em geral constatarem que, na Noruega, a fuga ao fisco não é uma «vantagem competitiva». Ali, o cruzamento de dados «devassa» as contas bancárias, as apólices de seguros, as propriedades móveis e imóveis e as «ofertas» de património a familiares que, em Portugal, país de gentes inventivas, garantem anonimato aos crimes e «confundem» os poucos olhos que se dedicam ao combate à fraude económica. Em Portugal existem propriedades enormes (quintas, herdades, lotes de terrenos) com luxuosas moradias e/ou palácios, repletos de riquezas, que pagam de IMI o mesmo que paga um T3 no Cacém. Na Noruega isto era impossível de acontecer, não por serem comunistas, bloquistas ou outra coisa qualquer, mas simplesmente por serem sociais democratas, mas não neo-liberais.


Mais do que os costumeiros «bons negócios», deviam os portugueses pôr os olhos naquilo que a Noruega tem para nos ensinar. E, já agora, os políticos.

Numa crónica inspirada, o correspondente da TSF naquele país, afiança que os ministros não se medem pelas gravatas, nem pela alta cilindrada das suas frotas. Pelo contrário, andam de metro, e não se ofendem quando os tratam por tu. Aqui, em Portugal, nesta terra de parolos e novos ricos nascidos e multiplicados pela corrupção e outras vigarices pequenas, grandes e colossais, cada Ministério faz uso de dezenas de carros topo de gama, com vidros fumados para não dar lastro às ideias de transparência dos cidadãos. Os ministros portugueses fazem-se preceder de batedores motorizados, poluem o ambiente, dão maus exemplos e gastam a rodos o dinheiro que escasseia para assuntos verdadeiramente importantes.

   Mais: os noruegueses sabem que não se «projecta o nome do país» com despesismos faraónicos, basta ser-se sensato e fazer da gestão das contas públicas um exercício de ética e responsabilidade. Arafat e Rabin assinaram um tratado de paz em Oslo. E, que se saiba, não foi preciso desbaratarem milhões de contos para que o nome da capital norueguesa corresse mundo por uma boa causa.


Até os clubes de futebol noruegueses, que pedem meças aos seus congéneres lusos em competições internacionais, nunca precisaram de pagar aos seus jogadores 400 salários mínimos por mês para que estes joguem à bola.
Nas gélidas terras dos vikings conheci empresários portugueses que ali montaram negócios florescentes. Um deles, isolado numa ilha acima do círculo polar Árctico, deixava elogios rasgados à «social-democracia nórdica». Ao tempo para viver e à segurança social. Ali, naquele país, também há patos-bravos. Mas para os vermos precisamos de apontar binóculos para o céu. Não andam de jipe e óculos escuros. Não clamam por messias nem por prebendas. Não se queixam do «excessivo peso do Estado», para depois exigirem isenções e subsídios, fazerem negócios fabulosos com o Estado onde este sai sempre lesado, e que o Estado (os contribuintes) entrem com somas astronómicas, em condições muito favoráveis, para ajudar a "capitalizar" os Bancos privados que, durante décadas acumularam lucros fabulosos e que sempre tiveram um regime tributário escandalosamente favorável.

  

domingo, 11 de março de 2012

ZED

É com muito gosto que se assinala a chegada ao "Água aberta ... no OCeano" do Zé Eduardo Martins dos Reis. Desaparecido há algum tempo, julga-se que perdido pelas planícies alentejanas, apareceu agora, cheio de vitalidade. Que seja bem-vindo ao nosso blogue que espera uma forte colaboração deste OCeano.

segunda-feira, 5 de março de 2012

O (ou A?) Arsenal do Alfeite, SA

Foi hoje, de manhãzinha, que ouvi na rádio (TSF) uma peça onde se referia que os trabalhadores do AA (cerca de 600) não tinham tarefas atribuídas e limitavam-se a "fazer a manutenção das oficinas ou então a fazer pequenos trabalhos em barcos civis". Dizem que o último navio da Armada saiu há cinco meses e desde então pouco ou nada têm para fazer, receando o despedimento de 1/3 do pessoal e o encerramento da empresa. Pelo meio-dia já ouvi a mesma rádio dizer que afinal o AA ia reparar a "João Roby".
Não acompanhei em detalhe a última reforma do AA mas sempre pensei que a sua principal função seria a manutenção das unidades navais da nossa Marinha. Ora, por acaso, também recebi recentemente os Anais do CMN e ao ler a Crónica de Arquitectura Naval, coordenada pelo Cmg ECN Rapaz Lérias, fiquei a saber um pouco mais sobre este assunto (diga-se que os Anais estão atrasados cerca de um ano mas julgo que esta matéria ainda não está ultrapassada). 
Escreve-se então na acima referida Crónica: "Na verdade, havia, entre outros, três grandes motivos apontados para justificar a empresarialização do AA, não necessariamente pela ordem que a seguir se indica. Em primeiro lugar para permitir o investimento na modernização das infra-estruturas oficinais e portuárias; em segundo para permitir uma gestão mais flexível da aquisição de bens e serviços; e em terceiro lugar para tornar o estaleiro mais competitivo. Parece que nenhum deles tem possibilidade de se concretizar. O investimento na modernização das infra-estruturas, que se previa poder ser feito recorrendo a parte do capital social existente e a empréstimo externo, está agora inviabilizado, não só pela utilização diversa que está a ser feita do referido capital, mas também pelas dificuldades na obtenção de empréstimo junto das entidades bancárias. O regime da contratação pública de bens e serviços por parte do Estado passou também a aplicar-se  na íntegra às EPE (Entidades públicas empresariais), eliminando as hipotéticas vantagens de gestão flexível do AASA relativamente ao Sector Público Administrativo. E, por fim,sabe-se que o preço do homem-hora que está a ser praticado é muito mais elevado que o do anterior Arsenal do Alfeite, sendo também nítido o substancial aumento de custo das várias acções de manutenção em comparação com idênticas acções praticads no passado. Pode assim perguntar-se: empresarialização para quê? Não se estava a ver o que poderia acontecer? Quando o deslumbramento ofusca a razão ou encobre inadvertidamente o erro, de que se está a falar? Fica naturalmente ao cuidado dos leitores interpretar os factos e formar uma opinião sobre o andamento desta matéria".
Parece portanto que esta "modernização" do AA foi um fracasso ... ou não, se a intenção era dar mais uma machadada na estrutura das nossas FFAA e ajudar à sua aniquilação. 
Aconselho vivamente a leitura integral desta Crónica, nomeadamente a parte final da sua Introdução que não reproduzo aqui pois esta "onda" já vai longa ... mas faço uma última citação: "Há cada vez menos predisposição para sacrificar o lastimável presente em prol de um futuro mais acolhedor. E isto aplica-se a quase tudo e a quase todos. Triste sorte a nossa! A solução existe, é simples, mas requer protagonistas fiáveis e duradouros e práticas que assentem no bom exemplo."

VISITA PROTOCOLAR DA MINISTRA DA DEFESA DE ESPANHA A UM NAVIO

Achei piada a esta imagem unicamente pela semelhança de um dos participantes com o nosso Manel Pinto Machado.

sábado, 3 de março de 2012

ESTRANHO!

Recebi ontem, 6ª Feira, dia 2 de Março de 2012, os Anais do Clube Militar Naval, 1 a 3/Jan-Mar/2011.

Será gralha?

Jorge Beirão Reis escreve de acordo com a antiga ortografia.

terça-feira, 28 de fevereiro de 2012

Maneiras de estar

Disse Voltaire dos ingleses: Neste país acha-se bem matar um almirante de vez em quando, para dar coragem aos outros.


Num livro que estou a ler, diz-se que foi incutida uma cultura de determinação agressiva nos oficiais ingleses, desde o século XVIII, cujo dever permanente era atacar o inimigo. Podia correr mal, mas pior do que isso seria não atacar. Assim, ao longo dos tempos cada vez mais os seus opositores tinham a certeza de ser atacados e, cada vez mais, a certeza de serem derrotados. Esta foi uma vantagem psicológica que permaneceu por muito tempo. No lado oposto, na marinha francesa e também na espanhola, dava-se prioridade à missão. Se pudesse ser cumprida sem combate, melhor. Quer a nível político quer militar dava-se pouca prioridade ao combate que, diziam, produz mais ruido que proveito. Assim, os comandantes franceses levavam ordens que definiam a batalha como a excepção, a ter lugar só se fosse inevitável para o cumprimento da missão.
Isto faz-me recordar as missões definidas nos inúmeros exercícios que fiz, em que o objectivo da missão era sempre " the safe and timely arrival of the HVU". Ou seja, nos tempos modernos, em que os navios e o pessoal já não eram material de consumo como antigamente, a teoria francesa prevaleceu. Actualmente, as ordens e regras de empenhamento vão todas no sentido de não incomodar o inimigo, ajudando-o mesmo a voltar a casa com água e combustível. Também... já não se matam almirantes!

domingo, 26 de fevereiro de 2012

Somos ou Não Somos Diferentes? - Parte Final

Ainda decorrente do meu contrato com a Pátria, são-lhe aplicáveis os constrangimentos seguintes:

1. Não me é permitdo inscrever-me num partido político (ou criá-lo) nem participar em quaisquer actividades político-partidárias;

2. Não me é permitido inscrever-me num sindicato (ou criá-lo) nem participar em quaisquer actividades sindicais.

Finalmente e como, muito bem, referiu o OCeano Orlando Temes de Oliveira não se encontra previsto, neste contrato, a existência de direitos de qualquer natureza.

Uma vez mais desafio quem quer que seja a apresentar-me um contrato de trabalho equivalente.

Suponho, assim, poder afirmar que, sem sombra de dúvida, somos diferentes e que a Pátria e os seus proprietários (há quem lhes chamem o "nosso bom povo") e seus representantes, capatazes ou feitores deverão reconhecer essa diferença.

Aceito perfeitamente que a Pátria não pretenda ter servidores diferentes dos seus funcionários e agentes. Tem a solução perfeita sempre à mão: A Rescisão do Contrato!

E mais não digo (para já).

Tenham uma boa semana de trabalho (ou de descanso)!

Jorge Beirão Reis escreve de acordo com a antiga ortografia.

quinta-feira, 23 de fevereiro de 2012

Condição Militar

Como não consigo publicar comentário ao escrito do Jorge beirão Reis vai po mesmo por esta via.....(incompetência informática? Certamente...)
Claro que concordo com a abordagem do JBR. Realmente não há nenhum contracto de trabalho (pelo menos em Portugal) com aqueles deveres. E estes deveres fazem parte da condição militar (muito invocada aquando das manifestações).
Mas em qualquer contracto há deveres e direitos. E onde estão os direitos no contracto dos militares ou seja na "condição militar"? Não os vejo inscritos na dita condiçaõ militar tão bem expressos como os ditos deveres, como também nunca ouvi ninguém os elencar. Julgo que não são alguns subsídios que resolvem a questão. E porque as chefias não obrigaram a sua inscrição aquando da feitura da "condição militar"? E porque permitem que se continue a obrigar o jovem militar a fazer o juramento tal qual está?
Não estará na altura de se dizer concretamente que direitos devem ser dados aos militares, sem complexos de estar a criar diferenças em direitos em relação aos funcionários públicos quando já existem diferenças nos deveres?
Isto de ser militar não é nada fácil!

quarta-feira, 22 de fevereiro de 2012

A segurança marítima na ordem do dia



O nosso "oceano" Raúl Patrício Leitão publicou na edição de hoje do Diário de Notícias um artigo com o título em epígrafe em que, com a sua experiência e conhecimento da realidade, sumariza algumas das problemáticas da segurança marítima.
O artigo é muito interessante e pode ser lido "clicando" aqui. 
Naturalmente, as minhas felicitações ao Raúl por este artigo!
Porém, assinalo que dentro de algumas semanas teremos a apresentação pública do seu trabalho auto-biográfico, que pacientemente escreveu nos últimos anos, no qual certamente revelará muitas das ricas peripécias da sua vida naval.

Sistema Remuneratório dos Militares das Forças Armadas

Foi publicado hoje, dia 22 de Fevereiro de 2012, no Diário da República, 2ª série - N.º 38, o Despacho n.º 2602/2012, datado de 30 de Dezembro de 2011, dizendo respeito ao tema em epígrafe e que no seu parágrafo 3 estabelece que "os ramos devem enviar ao Ministério da Defesa Nacional a lista referida no n.º 1 supra, até ao dia 27 de Janeiro de 2012".

Mistérios? ...

Como não sei incluir neste texto a ligação ao DR electrónico, fico-me por aqui. Tenham um bom resto de semana.

Jorge Beirão Reis escreve de acordo com a antiga ortografia.



De LSN: Pedindo desculpa ao JBR pela intromissão, aqui vai a ligação para o despacho acima mencionado. Basta "clicar" aqui.

segunda-feira, 20 de fevereiro de 2012

1º Ministro autoriza docagens

Não é anedota, pode ler-se no Diário da República um despacho do primeiro- ministro a autorizar uma despesa de 6 M€ para docagem da João Roby. O palavreado e a justificação da docagem é deliciosa e deve ter dado imenso trabalho aos rapazes do gabinete a perceber o que é uma docagem. Ou está tudo etilizado ou o primeiro -ministro não tem mais nada que fazer...

Fio de Prumo

Embora um pouco atrasado não resisto a referenciar aqui um muito interessante escrito do Coronel Luís Alves de Fraga,   publicado no seu blogue "Fio de Prumo" em 17 de fevereiro p.p.
O assunto é a atual situação das FA ... realço a seguinte parte:
"Mário Crespo tinha obrigação de saber que é crime, pelo menos moral, descartar obrigações relativamente a seres humanos que serviram denodadamente a Pátria quando eles já não são prestáveis! E é exactamente isso que os Governos, de há cerca de vinte anos a esta parte, vêm fazendo com as Forças Armadas e com os veteranos de guerra." 
E um pouco mais à frente:
"Se Portugal não quer ter Forças Armadas tem de assumir, uma vez por todas, essa responsabilidade histórica. A responsabilidade histórica de abdicar de possuir e manter o aparelho militar dissuasor mínimo que garanta a manutenção mínima da soberania nacional. Se Portugal quer passar a apostar exclusivamente na manutenção das forças de segurança interna tem de o afirmar publicamente. Se Portugal quer desarmar toda e qualquer capacidade de retaliação militar perante uma ameaça externa tem de ser capaz de o dizer nacional e internacionalmente. Mas tem de ser o Governo a fazê-lo e a arcar com o peso dessa responsabilidade." 

Quem estiver interessado em ler a totalidade do escrito pode seguir esta ligação. 


domingo, 19 de fevereiro de 2012

Viva a Vida!


                                                                                                                                                                                 
Não é difícil morrer nesta vida.
Viver é muito mais difícil.
Vladimir MaiaKóvski
(poeta russo)


Lembrei-me recentemente, vá-se lá saber porquê, do grito macabro e "necrófilo" dos falangistas durante a guerra civil espanhola: "Viva la muerte". Foi na Universidade de Salamanca, em outubro de 1936, durante a celebração do "Dia da Raça", que teve lugar o célebre episódio que opôs o escritor e filósofo Miguel de Unamuno, que considerou como repelente o grito falangista, e o general franquista Millán Astray que retorquiu com um "Muera la inteligencia! Viva la Muerte!". 
Não banalizemos a morte. Acho que a Pátria Portuguesa pode também ser bem defendida sem a necessidade extrema de matar e morrer, pode ser defendida defendendo a sua cultura e instituições e ajudando o seu Povo, não o humilhando ou ofendendo, reconhecendo a sua identidade. Pode ser defendida lutando contra a corrupção instalada, contra a incompetência e mentira que nos assolam e trouxeram à atual situação. Pode ser defendida lutando por uma Justiça melhor, para todos igual, que julgue e puna os responsáveis que nos conduziram à perda da independência. E isto faz-se vivendo!
É melhor viver do que morrer ... morra a morte! Viva a vida!!!