sábado, 28 de novembro de 2009

Notícias de Lagutrop


Uma irritante gralha apareceu em voo picado sobre a minha cabeça e trocou as siglas PGR por RPG. Nunca lhe perdoarei.

Thanksgiving


Ainda não importámos o dia de Thanksgiving (Acção de Graças), à semelhança do Dia das Bruxas e do Dia dos Namorados (é uma questão de tempo), mas vale a pena ver esta imagem do tradicional desfile de Nova Iorque patrocinado pelos armazéns Macy's.

quarta-feira, 25 de novembro de 2009

Postal de Goa (III)

O FAROL DA AGUADA

Goa foi um dos mais importantes e mais frequentados portos marítimos do mundo ao longo do século XVI, nele convergindo um intenso movimento de navios e de navegantes de muitas nações e, além disso, era a capital do Estado Português da Índia e o centro operacional de um poder naval que então não tinha paralelo no oceano Índico.
No dia 26 de Setembro de 1604, perante a surpresa dos portugueses que em Goa esperavam pela chegada das naus do Reino com a habitual remessa de dinheiro, de soldados e de notícias, fundeou ao largo da barra de Goa uma poderosa armada holandesa. Comandava-a Steven van der Hagen que, depois de alguns dias de espera e impaciente por não ter tido sucesso na sua tentativa de capturar as naus portu­guesas que vinham de Lisboa, cessou o seu bloqueio à barra de Goa no dia 19 de Outubro.
Foi um aviso premonitório daquilo que iria ser a hostilidade holandesa nos sessenta anos seguintes e o facto é que, por iniciativa do vice-rei Aires de Saldanha, se começou a construir uma praça fortificada no morro da Aguada, nesse mesmo ano de 1604. Com essa praça pretendia-se constituir um sistema fortificado de protecção à barra de Goa, que reforçasse o reduzido poder defensivo das forta­lezas dos Reis Magos e de Gaspar Dias, mas por carência de fundos, a imponente obra só em 1612 ficou concluída.
A fortaleza da Aguada passou a ter um papel decisivo na defesa da barra de Goa, como se verificou alguns anos depois durante os bloqueios feitos pelas armadas holandesas. Na literatura náutica portuguesa e em especial nas descrições de viagens, começaram então a aparecer as expressões “meter debaixo da fortaleza” ou “meter à sombra da fortaleza”, significando a intenção de procurar o abrigo proporcionado pela sua artilharia.
Quando na Europa ainda não existiam ou eram poucas as construções expres­samente edificadas para apoiar a navegação marítima, no interior da fortaleza da Aguada, tinha sido construído um farol para apoiar a navegação, pelo que aquela praça aparece algumas vezes referenciada como o “castelo do farol”, nomeada­mente na cartografia portuguesa da época.
Se em relação aos faróis europeus subsistem muitas dúvidas quanto às datas em que foram construídos, não parece haver dúvidas quanto aos mais antigos faróis da Ásia e da América, ambos construídos pelos portugueses: o farol da Aguada em Goa (c.1610) e o farol da Barra no porto brasileiro de Salvador (1698).

O primitivo farol sofreu muitas adaptações ao longo dos anos e em 1865 passou a ter a peculiar arquitectura que ainda conserva, apesar de ter sido desactivado e substituído por um incaracterístico novo farol localizado a algumas dezenas de metros.

Carta da Ilha de Goa de Manoel Godinho de Erédia, feita em Goa em 1610, na qual já está assinalado o farol da Aguada

terça-feira, 24 de novembro de 2009

Como os portugas...


Abriu agora um inquérito no Reino Unido para investigar as causas do envolvimento do país na guerra do Iraque e como se desenrolou a operação. Pelo que veio a público,as relações entre os comandantes inglêses e americanos não seriam as melhores e, para exemplificar este problema, um oficial escolhe comparar o Reino Unido a Portugal. Diz ele:"Apesar da nossa chamada relação especial, acho que não fomos tratados de forma diferente do que os portugueses". Isto mostra que a opinião sobre nós no estrangeiro não tem mudado nada ao longo dos tempos. Já no final século XIX o Kaiser Guilherme II, escrevendo a sua avó, a rainha Victória, se queixava de estar a ser maltratado como se fosse o rei de Portugal! Como se vê, nada de novo debaixo do sol...

À escuta da justiça


Causa-me muita impressão (para não dizer grande perplexidade, como agora é mais corrente) o facto de as nossas leis e códigos permitirem que profissionais da justiça possam ter sobre a mesma matéria, neste caso as escutas ao par Vara/Sócrates, opiniões totalmente opostas e todas baseadas no mesmo clausulado jurídico. Vi ontem no "Prós e Contras" um juíz desembargador, um advogado (o bastonário da Ordem) e dois ilustres professores (!) de direito penal defenderem, e fervorosamente, posições diametralmente opostas sobre a mesma matéria de facto. E o problema resumia-se a saber se se pode (ou deve) divulgar publicamente as conversas escutadas ao PM que eventualmente contenham indícios criminais. Independentemente da conclusão (?), que julgo ter ficado obscura para a maioria dos portugueses que assistiram ao debate, parece-me que a circunstância de personalidades amplamente conhecedoras da letra da lei tirarem conclusões antagónicas se deve, pura e simplesmente, ao facto da dita lei estar mal feita e não ser clara, já não digo para o comum dos mortais mas, pelo menos, para os cérebros privilegiados dos "justiceiros" deste país.

Nota: Obviamente que em termos políticos a conclusão é imediata ... só depende da cor de cada um.

sexta-feira, 20 de novembro de 2009

Postal de Goa (II)

A VIDA SOCIAL EM GOA E A HERANÇA DOS VELHOS CLUBES

A União Indiana é uma federação de 28 Estados, entre os quais o Estado de Goa, mas engloba também sete Union Territories, onde se incluem o UT de Daman and Diu e o UT de Dadra and Nagar Haveli. Goa é o mais desenvolvido dos Estados da Índia e é um importante centro de atracção turística para nacionais e estrangeiros, sobretudo fora do período da monção, que ocorre de Maio a Setembro.
A pressão turística apela à animação e à festa para divertimento dos visitantes, que gostam do toque latino que é exibido em Goa.
Porém, os goeses nunca precisaram do turismo para serem festeiros, pois têm uma enorme paixão pelas festas, religiosas ou profanas, que fazem parte do seu imaginário e servem para comemorar e para conviver, sendo sempre enriquecidas com música, muita dança e muito boa gastronomia, como sucede nos casamentos, que são sempre festas grandiosas.
Desde o início do século XX que a vida social goesa foi marcada pelos Clubes, enquanto locais de animação cultural e social, com os seus luxuosos bailes e outros eventos sociais para as elites seleccionadas. Os Clubes corresponderam a uma mudança no uso do espaço público, tornando-se locais reservados e verdadeiros complexos de lazer e entretenimento, que compreendiam salões de jogos e de dança, terraço para eventos, biblioteca, bar, restaurante e outros serviços destinados a servir os seus sócios.
No mundo contemporâneo global do automóvel e da televisão, do telefone e dos shopping centers, os Clubes têm uma função mais limitada na sociedade, mas em Goa continuam a ser importantes centros de animação social e cultural e, para a generalidade dos católicos goeses, o convívio passou e continua a passar por alguns desses Clubes, onde a tradição portuguesa ainda se faz notar de forma muito evidente, como sucede no Club Vasco da Gama, no Clube Nacional e no Clube Harmonia (*).
Em muitas ocasiões como nas festas de Natal, nas festas do Fim do Ano ou no Carnaval, as festas destes Clubes são grandes acontecimentos sociais e culturais e, quem os frequenta, tem naturalmente uma qualquer relação afectuosa ou nostálgica com Portugal. Em certa medida, os Clubes de Goa são também verdadeiros clubes de saudade.

(*) O Club Vasco da Gama está localizado em Pangim e foi fundado em 1909; o Clube Nacional também se situa no centro de Pangim e foi fundado em 1912; o Clube Harmonia foi criado em 1936 e localiza-se em Margão.

Nota: As imagens podem ser ampliadas "clicando" sobre elas.

quarta-feira, 18 de novembro de 2009

Portugal - Um estado de direito "torto"

Neste Estado de direito "torto" em que se transformou Portugal está armada uma enorme confusão entre duas coisas que não têm nada a ver uma com a outra - escutas e fugas de informação. Esta confusão só serve para tapar os olhos e selar os ouvidos ao comum dos mortais e permitir que no meio do barulho alguns se safem.
No que se refere às escutas alguns juristas já disseram tudo (o Público de hoje tem um excelente artido do prof essor Costa Andrade). Aquilo que me parece estranho e que não consigo entender, é a razão porque se estabelecem diferenças entre o cidadão normal, que pode ser escutado desde que um juíz o considere necessário e útil, e os três políticos, ocupando as posições cimeiras do poder no país, (que deviam estar acima de qualquer suspeita) que só podem ser ouvidos depois disso ser autorizado por uma entidade que, de qualquer maneira é demasiado próxima deles para decidir sem constrangimentos. No "estado a chegamos" e com os políticos que temos esta excepção coloca necessariamente essas três entidades imediatamente sob suspeita permanente.
Depois aparecem as fugas de informação. Se olharmos para alguns casos passados em que isso aconteceu e a quem isso serviu, encontramo-nos perante situações - pemitam-me utilizar uma imagem das minas e armadilhas - em que o detonador rebenta antes de ser introduzido no explosivo plástico.. Isto é, o detonador rebenta e toda a gente fica imediatamente avisada, tratando portanto de se pôr a salvo e de se desfazer de tudo o que o possa comprometer. Ninguém me convence de que as fugas de informação não são mais do que disparos para o ar para que as investigações se dispersem e não avancem mais. É por isso também que as escutas acabam por ser tão importantes na investigação e descoberta da verdade nestes casos, porque quando o detonador rebenta as provas que possam existir são naturalmente destruídas ou tornadas inócuas..
O líder da bancada do PS dizer que todo este inbróglio só faz com que diminua "um bocadinho" o estado de direito. É preciso muita lata. Estes tipos que andam a dar cabo não só do estado de direito, como do próprio conceito de estado de direito, acham que é a fuga de informação que o põe em causa o estado de direito e não os seus actos - corrupção, tráfico de influências, etc - que são o objecto da fuga de informação.
Qualquer dia vamos ouvir os criminosos dizer que a polícia não tem nada que andar à procura deles porque estão a violar a sua privacidade!

terça-feira, 17 de novembro de 2009

NOVO PAÍS !??!


Aquando do pedido do "Cartão de Cidadão" deram-me um comprovativo em que se certifica que o meu País já não se chama PORTUGAL (com mais de 800 anos, deve ser tempo de mudar...) mas sim REPUBLICA PORTUGUESA !!!!!!


segunda-feira, 16 de novembro de 2009

Postal de Goa (I)


Goa Today é o nome de uma revista mensal prestigiada e independente que se publica em Goa, mas é também um excelente título para, tirando proveito da circunstância de me encontrar em Goa por alguns meses, iniciar a publicação de alguns textos e fotografias a que chamarei postais de Goa.
Goa e os restantes territórios do Estado da Índia foram ocupados pelas Forças Armadas Indianas em Dezembro de 1961. Essa situação foi traumática não só para os portugueses, mas também para alguns sectores da população goesa, sobretudo aquela que se manteve fiel à língua e à cultura portuguesas. Entre outras consequências, instalou-se uma acentuada desconfiança social em relação a essas pessoas, que foi alimentada por uma forte propaganda dirigida pelos chamados Freedom Fighters e seus aliados.
Muitos funcionários públicos goeses deixaram Goa a caminho de Portugal e o vazio então criado no aparelho administrativo foi ocupado por funcionários vindos de outras partes da Índia. Nos serviços públicos, nas escolas e, mais tarde, nas igrejas, o inglês começou a substituir o português que, aos poucos, passou a ser utilizado apenas nos domicílios das famílias das classes sociais mais elevadas e em reuniões sociais mais ou menos restritas. Muitos goeses resistiram a essas pressões e, em boa parte, a sobrevivência da língua portuguesa em Goa a eles se deve embora, muitas vezes, as novas gerações tivessem sido desincentivadas da aprendizagem da língua portuguesa. A utilização da língua portuguesa quase se tornou clandestina, o famoso jornal O Heraldo cessou a sua edição em português e, sob pressão dos Freedom Fighters, as autoridades tomaram diversas medidas anti-portuguesas no plano simbólico, como por exemplo a remoção de estátuas – primeiro de Afonso de Albuquerque e depois de Luís de Camões.
Porém, no início dos anos 90, por efeito natural da passagem do tempo, mas sobretudo com a visita do Presidente Mário Soares e com a instalação de um Consulado-Geral, de um Centro de Língua Portuguesa do Instituto Camões e de uma Delegação da Fundação Oriente, a situação começou a alterar-se. Hoje a língua e a cultura portuguesas despertam a curiosidade e suscitam o interesse em alguns sectores da população goesa mais jovem, que não quer perder a memória de mais de 4 séculos de convívio com os portugueses.
Goa é, nos dias do presente, um Estado e uma sociedade em mudança.
Através de alguns postais de Goa procurarei divulgar alguns aspectos da herança cultural portuguesa em Goa.

sábado, 14 de novembro de 2009

César e Portugal

Depois de ler os jornais de hoje e de ouvir alguns noticiários, enquanto olhava o jogo de futebol da selecção, surgiu-me esta frase:

À mulher de Cèsar não lhe basta ser séria, tem de parecê-lo.

Será que César está isento de parecê-lo?

quarta-feira, 11 de novembro de 2009

terça-feira, 10 de novembro de 2009

segunda-feira, 9 de novembro de 2009

DIA INTERNACIONAL CONTRA O FASCISMO E O ANTI-SEMITISMO



O Parlamento Europeu instituiu para 9 de Novembro o Dia Internacional contra o Fascismo e o Anti-semitismo.

Há quem ache que: Fascismo já não há e os malandros dos Israelitas fazem o mesmo aos Palestinianos. Isto só prova que o Parlamento Europeu acertou!

sábado, 7 de novembro de 2009

Derrapagem


Segundo as notícias de hoje, os custos das últimas seis concessões de auto-estradas agravaram-se em €1110 milhões, ou seja, o custo final vai para €3900 milhões (por enquanto). Só a derrapagem é maior do que o custo dos submarinos, mas a obra avança mesmo sabendo que as auto-estradas não fazem falta. Claro que ficaremos na segunda posição europeia em kilómetros de auto-estrada por habitante, o que deixará o nosso primeiro impante.

Aguardam-se comentários do Júdice e do Cadilhe