Recondução (?)

Ministro novo e bons serviços dão recondução...
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Água aberta ... no OCeano |
Em 1961, durante o processo que levou à queda da Índia Portuguesa, o então 2º Ten Oliveira e Carmo bateu-se heroicamente, sacrificando a própria vida na defesa de Portugal. Em sua homenagem, a Armada decidiu que o curso a entrar na Escola Naval em 1962 o teria como patrono. Foi o “OC”. Este curso, que desde sempre fomentou e cimentou fortes laços de camaradagem e amizade, vem criar este espaço de contacto, cuidando assim de aproximar o que a lei da vida vai afastando. |
Onda do
J.N.Barbosa
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19:38 –
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Onda do
Ferreira da Silva
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00:09 –
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Neste entardecer do primeiro de Dezembro permitam-me que compartilhe um poema retirado da Mensagem de Fernado Pessoa
Quinto
NEVOEIRO
Nem rei nem lei, nem paz nem guerra
Define com perfil e ser
Este fulgor baço da terra
Que é Portugal a entristecer -
Brilho sem luz e sem arder,
Como o que o fogo-fatuo encerra
Ninguém sabe que coisa quer,
Ninguém conhece que alma tem,
Nem o que é mal nem o que é bem.
Tudo é incerto e derradeiro.
Tido é disperso, nada é inteiro.
Ó Portugal, hoje és nevoeiro …
É a Hora!
Valete, Fratres.
Onda do
Ferreira da Silva
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22:07 –
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Com a devida vénia transcrevo o texto:
“in Jornal de Angola on line - Ano 9 | Edição Online nº 2755 | Sábado, 28 de Fevereiro de 2009”
As mabubas de Kalandula de Artur Queiroz
A mandioca do Kimbele e de Kalandula nunca foi amarga, como aquela do Luinga que tínhamos de pôr de molho nas águas barrentas do Kanuango. Nas aldeias, os camponeses de Malanje vendiam salalas do melhor bombô do mundo. E com sorte ainda avistávamos uma palanca bem negra, elegante na sua correria louca pelo capim novo de Novembro.
Em Kalandula, afamada de Duque de Bragança desde o século XIX, ficávamos horas a contemplar as mabubas de Lia’nzundo, nome poético que alguém baniu dos dicionários e das memórias. Há por lá um rochedo que tem marcado o pé da rainha Jinga. Tal qual nas mabubas do Kanakajungo, a caminho do Bindo. Mesmo em frente às quedas de água havia um barbeiro com sua casinha de adobe. O artista navegava entre a bebedeira e a loucura sifilítica enquanto cortava pêlo duro e pêlo que voa. Tinha duas belas filhas, sempre acenando amores aos viajantes.
Foi nos areais entre Kangola e Kimbele que vi pela primeira vez um homem chorar a sua amada, mordida mortalmente pela surukuku. E ele cantava uma canção dolente sem acompanhamento de marimbas nem tambores.
Por ti meu amor, meu poema de riso de cristal, dava a volta ao mundo pelo lado das mabubas de Lia’nzundo, pelo mar das tormentas, pelo cabo da bela esperança, pelo madrigal de uma camponesa de riso aberto e faces de loengos maduros.
Por ti meu amor, eu era pássaro com asas tão finas como a espuma que se desprende das águas de Lia’nzundo e envolve o teu corpo inanimado como as canções da infância.
Por ti meu amor, dava voz a este semba, libertava o grito sufocado e depositava no teu colo o melhor vinho das palmeiras do mais velho Moka.
Por ti meu amor, dava o corpo ao veneno da surukuku e mergulhava para sempre nas margens alagadas do Lukala, ali pertinho do Tango, onde o jacaré dança em cima das águas. Como dizia o bardo cabo-verdiano Silva Tavares, num poema com sabor a mar azul, se Deus é grande, o amor é ainda maior.
A canção não restituiu a vida à bela adormecida pela picada da cobra e os cânticos extinguiram-se nas montanhas distantes da Lunda. Ainda se fosse um beijo de mãe... As feridas em carne viva, a dor mais violenta passa logo quando uma mãe beija a região dorida. E não há morte que resista a um canto de ninar de uma mater dolorosa. Mas se até a Mãe está moribunda, que fazer?
Já ninguém compra os sorrisos prometedores das filhas do barbeiro de Kanakajungo nem sequer salalas de bombô. Esse tempo está tão distante como a agonia dos escravos que continuavam a encher os porões dos barcos negreiros muito depois da abolição da escravatura. Mas a escravatura foi hoje e amanhã é uma faca longa cravada na nossa consciência. Nada que tenha o sal da mágoa passou ou passará a ser doce. Nenhuma dor funda se perde na distância.
As águas revoltadas do Lucala continuam a despenhar-se no abismo líquido de Kalandula, naquele fantástico rio de espuma. Os escravos continuam a arrastar as suas correntes pelo mundo, levando as crises financeiras pela trela, pagando todas as facturas, movendo todos os engenhos do açúcar do lucro fácil. E nós, os que crescemos nesse pântano, já nem sequer temos um beijo de mãe para nos aliviar a dor e curar a ferida em sangue. À média luz vou pensando que já é tempo de levar para a frente aquela combina do socialismo que nos iluminou o caminho no tempo do Kaprandanda. Mesmo que não seja a pousada da sétima felicidade, pelo menos torna mais fácil detectar os kifumbes que nos colocam de mãos no ar e devastam os bolsos.
Onda do
Ramiro Soares Rodrigues
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18:14 –
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Etiquetas: Crises
Se o cricket é o desporto nacional da Índia, o futebol é o desporto nacional de Goa e, para muitos goeses, é quase como uma religião, sobretudo na província de Salcete, no sul de Goa, onde se joga nas várzeas, nos adros das igrejas e nos mais improvisados locais.
O futebol foi introduzido em Goa em 1883 pelos portugueses, mas só se desenvolveu a partir dos anos 50, quando os contingentes militares forneciam jogadores que alimentavam as equipas. O primeiro campeonato, que então era chamado 1ª Divisão, disputou-se em 1951 e foi ganho pelo Grupo Desportivo de Chinchinim. Em 1959 foi criada a Goa Football Association, cujo primeiro Presidente da Assembleia Geral foi o Comandante Abel de Oliveira, que era então o Capitão dos Portos do Estado da Índia.
Actualmente, as principais equipas de Goa são identificadas pelo nome das empresas patrocinadoras e são as seguintes:
Vasco Sports Club – Fundado em 1951 em Vasco da Gama, foi campeão de Goa por 6 vezes.
Salgaocar Sports Club – Fundado em 1956 em Vasco da Gama, já foi 18 vezes campeão de Goa.
Dempo Sports Club – Fundado em 1968 em Pangim, que foi campeão de Goa 11 vezes e 3 vezes campeão da Índia.
Churchill Brothers Sports Club – Fundado em 1988 em Margão, que foi 7 vezes campeão de Goa e é o actual campeão da Índia.
Sporting Club de Goa – Fundado em 1999 em Pangim, a partir de 2003 passou a disputar a NFL.
Em 1996 iniciou-se a National Football League por iniciativa da All India Football Federation, a fim de promover o desenvolvimento e o profissionalismo do futebol no sub-continente indiano. Começaram a aparecer jogadores brasileiros e nigerianos, vieram treinadores do estrangeiro e o futebol indiano deu um salto qualitativo.
Em 2007 a NFL deu origem à I League e, actualmente, está em disputa a 14ª edição da prova.
O quadro seguinte mostra que, nas 13 edições já realizadas, os 39 lugares de honra foram ocupados 19 vezes pelas equipas de Goa, tendo também sido campeãs da Índia por 5 vezes.
Este quadro evidencia a qualidade do futebol de Goa relativamente às outras equipas do país, embora o seu nível ainda não seja internacionalmente competitivo. O PJN Stadium, ou Nehru Stadium ou, simplesmente Fatorda, localizado em Margão, pode receber 28.000 espectadores e é o local onde jogam todas as equipas goesas que disputam a I League.
Porém, o futebol de Goa é um espectáculo diferente do que se observa na Europa ou na América do Sul, pois ainda tem estruturas muito amadoras, não há claques organizadas, há pouco clubismo militante e os espectadores limitam-se a vibrar com um espectáculo que os diverte.
Onda do
A.R.Costa
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15:01 –
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Onda do
Ferreira da Silva
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20:29 –
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Uma irritante gralha apareceu em voo picado sobre a minha cabeça e trocou as siglas PGR por RPG. Nunca lhe perdoarei.
Onda do
José Aguilar
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22:36 –
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Onda do
J.N.Barbosa
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16:35 –
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Goa foi um dos mais importantes e mais frequentados portos marítimos do mundo ao longo do século XVI, nele convergindo um intenso movimento de navios e de navegantes de muitas nações e, além disso, era a capital do Estado Português da Índia e o centro operacional de um poder naval que então não tinha paralelo no oceano Índico.
No dia 26 de Setembro de 1604, perante a surpresa dos portugueses que em Goa esperavam pela chegada das naus do Reino com a habitual remessa de dinheiro, de soldados e de notícias, fundeou ao largo da barra de Goa uma poderosa armada holandesa. Comandava-a Steven van der Hagen que, depois de alguns dias de espera e impaciente por não ter tido sucesso na sua tentativa de capturar as naus portuguesas que vinham de Lisboa, cessou o seu bloqueio à barra de Goa no dia 19 de Outubro.
Foi um aviso premonitório daquilo que iria ser a hostilidade holandesa nos sessenta anos seguintes e o facto é que, por iniciativa do vice-rei Aires de Saldanha, se começou a construir uma praça fortificada no morro da Aguada, nesse mesmo ano de 1604. Com essa praça pretendia-se constituir um sistema fortificado de protecção à barra de Goa, que reforçasse o reduzido poder defensivo das fortalezas dos Reis Magos e de Gaspar Dias, mas por carência de fundos, a imponente obra só em 1612 ficou concluída.
A fortaleza da Aguada passou a ter um papel decisivo na defesa da barra de Goa, como se verificou alguns anos depois durante os bloqueios feitos pelas armadas holandesas. Na literatura náutica portuguesa e em especial nas descrições de viagens, começaram então a aparecer as expressões “meter debaixo da fortaleza” ou “meter à sombra da fortaleza”, significando a intenção de procurar o abrigo proporcionado pela sua artilharia.
Quando na Europa ainda não existiam ou eram poucas as construções expressamente edificadas para apoiar a navegação marítima, no interior da fortaleza da Aguada, tinha sido construído um farol para apoiar a navegação, pelo que aquela praça aparece algumas vezes referenciada como o “castelo do farol”, nomeadamente na cartografia portuguesa da época.
Se em relação aos faróis europeus subsistem muitas dúvidas quanto às datas em que foram construídos, não parece haver dúvidas quanto aos mais antigos faróis da Ásia e da América, ambos construídos pelos portugueses: o farol da Aguada em Goa (c.1610) e o farol da Barra no porto brasileiro de Salvador (1698).
O primitivo farol sofreu muitas adaptações ao longo dos anos e em 1865 passou a ter a peculiar arquitectura que ainda conserva, apesar de ter sido desactivado e substituído por um incaracterístico novo farol localizado a algumas dezenas de metros.
Onda do
A.R.Costa
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10:58 –
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Onda do
J.N.Barbosa
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13:38 –
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Causa-me muita impressão (para não dizer grande perplexidade, como agora é mais corrente) o facto de as nossas leis e códigos permitirem que profissionais da justiça possam ter sobre a mesma matéria, neste caso as escutas ao par Vara/Sócrates, opiniões totalmente opostas e todas baseadas no mesmo clausulado jurídico. Vi ontem no "Prós e Contras" um juíz desembargador, um advogado (o bastonário da Ordem) e dois ilustres professores (!) de direito penal defenderem, e fervorosamente, posições diametralmente opostas sobre a mesma matéria de facto. E o problema resumia-se a saber se se pode (ou deve) divulgar publicamente as conversas escutadas ao PM que eventualmente contenham indícios criminais. Independentemente da conclusão (?), que julgo ter ficado obscura para a maioria dos portugueses que assistiram ao debate, parece-me que a circunstância de personalidades amplamente conhecedoras da letra da lei tirarem conclusões antagónicas se deve, pura e simplesmente, ao facto da dita lei estar mal feita e não ser clara, já não digo para o comum dos mortais mas, pelo menos, para os cérebros privilegiados dos "justiceiros" deste país.
Nota: Obviamente que em termos políticos a conclusão é imediata ... só depende da cor de cada um.
Onda do
LSN
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11:42 –
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Onda do
A.R.Costa
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07:18 –
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Onda do
Ferreira da Silva
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22:44 –
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Onda do
403 d'62
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10:22 –
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Onda do
A.R.Costa
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06:48 –
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